Fundo pede providências urgentes e ressalta que os bancos centrais precisam agir com urgência no combate a inflação
Os responsáveis pelo planejamento econômico de todos os países devem adotar providências urgentes para garantir a estabilidade de suas economias, a fim de evitar o risco de uma recessão global que está cada vez mais presente. O alerta foi feito pela diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
Dirigindo-se aos ministros da Economia e presidentes de bancos centrais, de 180 países, que vão participar, na próxima semana, da reunião do Fundo, em Washington, ela advertiu que são necessárias medidas urgentes para combater a inflação, que vem se espalhando pela maioria dos países. As grandes economias globais vem sofrendo com a queda na atividade econômica e uma inflação galopante, que alcança recordes em muitos países.
O encontro dos ministros e presidentes de bancos centrais, em Washington, e será primeiro 2019. A principal pauta da reunião será o receio iminente de uma recessão mundial. Em julho, o FMI reduziu sua previsão de crescimento global para 3,2% em 2022. Para o próximo ano também baixou para 2,9% – o terceiro rebaixamento consecutivo.
Diante da “perspectiva global cada vez mais sombria… os riscos de recessão estão aumentando”, disse Georgieva – preocupada que o credor da crise, o fundo, não consiga dar conta de ajudar a todos.
Um levantamento do FMI revelou: um terço dos países terá pelo menos dois trimestres de contração e “mesmo quando o crescimento for positivo, parecerá uma recessão de tão pequena” disse ela.
A primeira reunião do fundo após a pandemia reserva muitos desafios aos participantes. Entre outros, destaca-se a questão da oferta de energia, uma vez que a demanda aumentou após a desaceleração da pandemia, alimentando a inflação em todo o mundo, e as tensões pioraram após a invasão russa da Ucrânia — que Georgieva chamou de “guerra sem sentido” — elevando os preços dos alimentos e da energia.
Na Universidade de Georgetown, Georgieva cobrou uma postura firme dos bancos centrais. “Em menos de três anos vivemos choque, após choque, após choque. Apesar dos riscos, os bancos centrais precisam continuar agindo de forma decisiva. Isso não é fácil e não será sem dor no curto prazo, mas a chave é evitar uma dor muito maior e mais duradoura para todos mais tarde.” alertou Kristalina.
Ela enfatizou a necessidade de políticas fiscais para ajudar os pessoas mais vulneráveis, mas alertou que os esforços devem ser direcionados “com foco nas famílias de baixa renda”, para evitar agir contra a corrente da política monetária.