The Washington Post 

Dois corredores desmaiaram durante a Meia Maratona de Monterey Bay, na Califórnia. Para sorte deles, o cardiologista americano Steve Lome também estava disputando a prova e viu as cenas, ocorridas com minutos de diferença. Rapidamente, realizou uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em ambos. Os dois corredores, homens de 50 e 60 anos, sobreviveram e devem se recuperar totalmente, contou o especialista em doenças do coração em um post no Twitter. “Eu achei a situação muito louca, inesperada, com duas paradas cardíacas bem na minha frente”, disse o médico em entrevista por telefone para o Washington Post.

O caso chamou a atenção para alguns números. As paradas cardíacas súbitas são incomuns entre os participantes de corridas de rua, de acordo com um estudo de 2012, publicado no New England Journal of Medicine. A taxa de incidência é de 0,54 por 100.000 participantes, ocorrendo com maior frequência nas maratonas em comparação com as meias maratonas e a maioria desses casos de parada cardíaca (71%) foi fatal. Havia cerca de 5.000 participantes na Meia Maratona de Monterey Bay.

Os cardiologistas também enfatizaram a importância de ouvir seu corpo, entender os fatores de risco e os possíveis sinais de alerta. Ambos os corredores que passaram mal e quase morreram têm histórico familiar de doença cardíaca. O fato de ambos terem sobrevivido pode ser parcialmente atribuído à ação rápida e ao RCP e à disponibilidade de desfibriladores externos automáticos (DEAs). “Foi realmente uma resposta incrível”, disse Lome. “Foi um grande esforço de equipe.”

Quando Lome viu o primeiro corredor, Greg Gonzales, de 67 anos, de Vancouver, Washington, desmaiar cerca de 9 metros à sua frente no quarto quilômetro da corrida, ele avaliou que “não foi apenas um simples desmaio”. Lome começou as compressões torácicas “no primeiro minuto” do colapso de Gonzales e disse que alguém ligou para o 911. Ele acrescentou que, em poucos minutos, os paramédicos chegaram com um desfibrilador. A Associação de Cardiologia Americana recomenda a RCP somente com as mãos, empurrando o centro do tórax do doente com força e rapidez. “Seguir a batida da música Stayin Alive” dos Bee Gees é uma boa idéia, completou o cardiologista. Gonzales acordou dois ou três minutos depois de levar um choque com o DEA, disse Lome.

Gonzales disse em entrevista por telefone que a última coisa que ele lembrava sobre a corrida era acelerar numa subida depois de 4 quilômetros de corrida. Quando recuperou a consciência já estava dentro de uma ambulância, uma inclinação em torno da terceira milha. Quando recuperou a consciência, estava numa ambulância. Depois de ajudar a ressuscitar o primeiro corredor, Lomé continuou na competição, terminou a meia maratona com um bom tempo e então viu o segundo corredor cair logo após a linha de chegada. Mais um susto! Desta vez, foi Michael Heilemann, de 56 anos, de San Anselmo, California. Mais uma vez, Lomé começou a massagem cardíaca para impedir a morte do participante do evento e ele acordou após o choque, disse o cardiologista.