SAÚDE
Foto de AllGo - An App For Plus Size People na Unsplash

Novos medicamentos garantem a rápida perda de peso

Remédios haviam sido criados para tratamento da diabetes tipo 2, mas se revelaram eficientes no combate à obesidade

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 11 de março de 2023 - 21:55
Foto de AllGo - An App For Plus Size People na Unsplash

Medicamentos desenvolvidos para tratar a diabetes tipo 2 estão ajudando as pessoas a perder peso, tornando-se uma eficiente arma na luta contra a obesidade. As drogas, semaglutida e tirzepatide, conhecidas pelas marcas Ozempic (já está disponível no Brasil), Wegovy (começa a ser vendido ainda esse ano) e Mounjaro (ainda não liberada pela Anvisa), funcionam substituindo hormônios específicos. Elas retardam o trânsito gastrointestinal, provocando saciedade, e também agem no hipotálamo, no centro da fome, provocando perda de apetite, diminuindo, assim, a ingestão alimentar. O resultado é a redução da gordura corporal. Celebridades como Elon Musk já atestaram os benefícios desse tipo de tratamento e os efeitos colaterais parecem mínimos.

Um estudo revelou que os pacientes da semaglutida e do tirzepatide perderam, em média, cerca de 12,4 e 17,8% do pesos inicial, respectivamente. Dependendo da quantidade de droga que eles tomam, um homem de 1,70 metro e 100 quilos, por exemplo, perderia cerca de 13 ou 18 quilos. Isso reduziria seu IMC (Índice de Massa Corpórea) de obeso para sobrepeso e diminuiria seus níveis médios de açúcar no sangue (A1C), melhorando várias medidas da sistema cardiovascular.

O New York Times se referiu aos remédios como “uma virada de jogo”. O Washington Post celebrou os novos medicamentos para perda de peso como “um marco na vida dos obesos”, embora se preocupe com o fato de que os pobres não têm acesso pelo alto custo. The Economist declarou: “Novas drogas podem significar o fim da epidemia mundial de obesidade.” O preço médio atual para as novas injeções de perda de peso é de cerca de 13 mil dólares por ano (cerca de 68 mil reais) nos EUA. No Brasil, o tratamento pode sair por volta de 12 mil reais.

O custo do Ozempic quando prescrito para tratar o diabetes tipo 2 para os americanos é coberto pela maioria dos planos de saúde privados e pelo Medicare (sistema de seguros de saúde do governo). No entanto, os doentes que procuram o medicamento para perda de peso geralmente têm que pagar do próprio bolso. A boa notícia é que outros fabricantes farmacêuticos como Pfizer, AstraZeneca e Amgen já estão trabalhando para lançar produtos parecidos para concorrer neste mercado bilionário do emagrecimento.

Nos Estados Unidos, a proporção com excesso de peso tem aumentado consideravelmente. Em 1960, 31.5% dos adultos estavam acima do peso (IMC maior que 25), sendo que 14,4% eram obesos (IMC maior que 30). Hoje, 73% estão acima do peso, sendo que 42.4% são obesos. O aumento de peso foi acompanhado por um aumento no número de pessoas diagnosticadas com diabetes, que passou de 5,5 milhões em 1980 para 28,7 milhões em 2020.

Em todo mundo, 39% dos adultos estão acima do peso (dos quais 13% são obesos). No início do ano, a Federação Mundial de Obesidade (WOF), projetou que, se as tendências atuais continuarem assim, mais da metade da população mundial, cerca de 4 bilhões de pessoas, estará acima do peso em 2035. E agora vem o número mais chocante: 2 bilhões delas serão obesas.

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