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Associated Press

Candidato conservador vence eleição no Paraguai

Santiago Peña, do Partido Colorado, derrotou, por ampla margem o representante da esquerda

Por: Carlos Taquari
Da redação | 1 de maio de 2023 - 11:22
Associated Press

Santiago Peña, candidato do Partido Colorado, que está há sete décadas no poder, venceu as eleições presidenciais no Paraguai, conquistando 43% dos votos. Peña derrotou Efraín Alegre, do Partido Liberal, que obteve 27,5% dos votos. Alegre representava uma coalizão de partidos de esquerda e centro-esquerda.

Em terceiro lugar, ficou Paraguayo Cubas, ex-senador de extrema-direita, que se apresentou com um discurso populista e ficou conhecido por declarações polêmicas. Entre outras, chegou a declarar que, para garantir segurança ao país, seria preciso “matar 100 mil brasileiros bandidos”, que vivem no Paraguai.

O presidente eleito é um economista, que estudou na Universidade de Columbia, em Nova York. Foi ministro da Economia, no governo de Horácio Cartes, atual presidente do Partido Colorado. Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça qualificou Cartes como “uma pessoa significativamente corrupta, depois de acusá-lo de lavagem de dinheiro, subornos e ligações com o terrorismo. Cartes teve seus bens congelados nos EUA e está proibido de realizar operações com o sistema financeiro norte-americano.

Nas sete décadas em que o Partido Colorado mantém o poder no Paraguai só houve um breve intervalo, entre 2008 e 2012, quando Fernando Lugo, representando uma coalizão de esquerda, assumiu a presidência. Mas Lugo, um ex-bispo, foi afastado por um impeachment.  Penã vai substituir o atual presidente Mario Abdo Benitez, também do Partido Colorado.

Santiago Peña será o negociador da revisão do acordo de Itaipu, que deve ocorrer neste ano, quando o tratado completa 50 anos. Assinado em 1973, o tratado já previa a revisão após meio século. De acordo com o que foi acertado na época, a energia produzida pela Usina de Itaipu deve ser dividida entre os dois países. Como o Paraguai não utiliza toda a parte que lhe cabe, vende o excedente para o Brasil. E as condições para essa venda serão revistas agora.

 

 

 

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