SAÚDE

Bilionários querem viver mais e melhor e financiam a busca da longevidade

Cientista acredita que uma droga utilizada no tratamento contra a diabetes poderá trazer resultados surpreendentes no combate ao envelhecimento

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 3 de janeiro de 2023 - 21:55

Dinheiro é o que não falta para o financiamento de pesquisas relacionadas com o prolongamento da vida, mas com muita saúde. Alguns dos homens mais ricos do mundo simplesmente não aceitam a ideia do envelhecimento enfrentando doenças e, entre eles, há quem parece rejeitar até mesmo a morte. Jeff Bezos, da Amazon; Elon Musk, da Tesla e Twitter; Larry Ellison, da Oracle; Larry Page e Sergey Brin, co-fundadores do Google. Esses são apenas alguns e os mais conhecidos bilionários que estão despejando fortunas em instituições que buscam meios de prolongar a vida, mas sem as incômodas doenças que, atualmente, infernizam a vida dos idosos.

“Já passamos a fase das promessas. Estamos a caminho de tornar realidade o que temos prometido”, afirma Nir Barzilai, diretor do Instituto para Pesquisas sobre Envelhecimento, do Albert Einstein College of Medicine, de Nova York. Segundo ele, os cientistas estão perto de tornar realidade medicamentos revolucionários, que vão prevenir o aparecimento das doenças típicas da idade avançada.

Barzilai espera iniciar em breve os testes com uma droga genérica, utilizada no combate à diabetes, a Metformina, que teria a capacidade de ampliar a expectativa de vida em vários anos, sem o fardo de algumas doenças. A expectativa está relacionada com os resultados de um estudo realizado com pacientes, no Reino Unido.

Se as agências reguladoras aprovarem a Metformina como arma contra o envelhecimento, Barzilai acredita que a indústria farmacêutica vai se mover em bloco na direção do campo da longevidade. “Assim que comprovarmos isso, acredito que será um momento revolucionário para todas as pessoas”, ele afirma.

A fantasia de viver para sempre ou, de pelo menos, viver mais e melhor, vem sendo alimentada ao longo de séculos e inclui desde a busca de uma fonte da juventude até o encontro da imortalidade pela descoberta da pedra da Filosofia.

Bilionários querem viver mais e melhor e financiam a busca da longevidade

Professor e cientista Nir Barzilai aposta numa droga usada no combate à diabetes para conter o envelhecimento. ( Foto: Albert Einstein College of Medicine)

No caso de Barzilai, ele ainda busca outras fontes de financiamento. Até o momento, ele conseguiu 22 milhões de dólares (120 milhões de reais) de um total que pode chegar a 75 milhões de dólares (409 milhões de reais). Entre os financiadores do estudo, que dura de 4 a 6 anos, está o Instituto Nacional de Saúde (NIH – National Institute of Health), a agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. Nesse caso, há uma razão prática: os tratamentos para problemas de saúde dos idosos norte-americanos custam bilhões de dólares a cada ano.

O cientista não desanima e continua atrás de outros apoiadores. Embora Barzilai confie que a metformina tem grande chance para esticar a vida, seu objetivo maior é provar que o medicamento retarda diversas doenças, incluindo  derrame, insuficiência cardíaca, câncer e a demência.

Investimentos

Recentemente, Jeff Bezos, o dono da Amazon, investiu algumas centenas de milhões de dólares na Alto Labs, empresa que pesquisa uma tecnologia voltada para “reprogramação biológica”. Trata-se de um termo científico para transformar as células antigas em novas. Esta  tecnologia começou a ser desenvolvida pelo cientista japonês Shinya Yamanaka, que se refere ao método como “o elixir da vida”.

Bezos não está sozinho nessa empreitada. O Calico Labs, criado pelo Google, também investe na longevidade, via reprogramação das células. Outro laboratório, o Lineage Cells Therapeutics, financiada por empresas como a Wells Fargo, BlackRock e Raffles Capital, também seguem o mesmo caminho.

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