Andrew Forrest pretende juntar $25 bilhões para o que ele chama de “Plano Marshall” da Ucrânia
O bilionário australiano do setor mineração Andrew Forrest lançou um fundo de investimento internacional que deve arrecadar pelo menos US$ 25 bilhões para reconstruir a Ucrânia no pós-guerra. O grupo econômico de Forrest destinou US$ 500 milhões para o fundo, que em prognósticos otimistas poderia chegar a US$ 100 bilhões.
Denominado “Iniciativa de Crescimento Verde da Ucrânia”, o fundo vai destinar recursos para reconstrução da infraestrutura civil da Ucrânia, que tem sido devastada pela guerra, como o setor de energia elétrica e redes de telecomunicações.
Andrew Forrest está ao lado de Larry Fink, presidente BlackRock, a gigante americana de investimentos de risco. Os dois esperam contar com o apoio de outros fundos e investidores internacionais na reconstrução da economia ucraniana.
O bilionário australiano Andrew Forrest e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensk (Foto: Twitter)
Forrest disse que discutiu a elaboração do plano com vários líderes mundiais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“O presidente Zelensky vê isso como uma oportunidade de substituir completamente as velhas usinas de carvão e nucleares por uma nova energia verde”, disse Forrest.
O bilionário informou que o dinheiro estará disponível a partir do momento que as forças russas deixarem o território da Ucrânia, o que ainda é perspectiva incerta.
Andrew Forrest acumulou fortuna com o boom da mineração na Austrália. Ele é fundador e presidente executivo da gigante de minério de ferro Fortescue Metals.
Nos últimos anos, Forest deu uma guinada em seus investimentos. Virou a chave para a tecnologia sustentável, passando a investir em iniciativas para descarbonizar suas operações de mineração e tornou-se um grande produtor de hidrogênio verde.
A invasão russa trouxe grande prejuízo para a infraestrutura civil do país. O Kremlin elegeu com alvo preferencial a rede de energia da Ucrânia, incluindo as usinas de geração de eletricidade.
O governo ucraniano calcula que serão necessários US$ 750 bilhões para reconstruir o país quando a guerra acabar. US$ 100 bilhões somente na recuperação de danos causados à infraestrutura de serviços essenciais.
A comunidade internacional defende a tese de que a Rússia deve pagar pelos danos de guerra que infligiu à Ucrânia, ideia que o presidente Vladimir Putin rechaça com veemência.
Essa proposta ganhou força depois que a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução declarando que a Rússia deveria enfrentar as consequências de suas ações, incluindo o pagamento de reparações. As resoluções da Assembleia Geral são simbólicas e não têm o poder de impor o seu cumprimento forçado.
