Declaração do presidente norte-americano acirra as relações diplomáticas entre China e Estados Unidos
Em uma entrevista ao programa CBS 60 Minutes, exibida no domingo (18/9), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que as forças norte-americanas defenderiam Taiwan, caso ocorra uma invasão militar chinesa à ilha da Ásia oriental, que luta por soberania.
Diferentemente do posicionamento de não intervenção direta na guerra entre Rússia e Ucrânia, Biden disse que se a China invadir Taiwan os americanos vão tomar partido e defender a população da ilha.
O Ministério das Relações Exteriores da China reagiu imediatamente às declarações do presidente norte-americano. A porta-voz do Ministério, Mao Ning afirmou em entrevista à imprensa que a China se reserva o direito de tomar todas as medidas necessárias para enfrentar as atividades que separam o país.
“Estamos dispostos a fazer o nosso melhor para lutar pela reunificação pacífica. Ao mesmo tempo, não vamos tolerar nenhuma atividade que vise a secessão”, disse Mao Ning.
A representante do governo chinês fez um alerta aos EUA para que o país tome cuidado com as questões relacionadas a Taiwan para não enviar “sinais errados” às forças separatistas da independência taiwanesas, uma vez que isso poderia prejudicar as relações entre os dois países e comprometer a paz na região.
“Existe apenas uma China no mundo, Taiwan faz parte da China, e o governo da República Popular da China é o único governo legítimo da China”, disse Mao.
Taiwan é uma pequena ilha de 36 mil quilômetros quadrados, a 180 km da China, mas com uma população significativa, de 23,5 milhões de habitantes.
A despeito de ter como idioma oficial o mandarim, Taiwan difere-se radicalmente da China porque é uma democracia semipresidencialista, ou seja, escolhe os seus representantes através de sufrágio universal.
Mesmo assim, a República de Taiwan não é reconhecida como um Estado independente e soberano pelas principais organizações internacionais e outros países.
Com administração independente da China, Taiwan investe em poderio militar. O orçamento militar anual do governo taiwanês é de US$ 360 bilhões e deve aumentar 13% em 2023, para fazer frente às sucessivas ameaças de invasão chinesa ao território.