Inflação na Zona do Euro ultrapassa 9% em Agosto e reduz o poder de compra dos consumidores
O Banco Mundial alertou que o aumento das taxas de juros feita pelos bancos centrais em todo o mundo, advertindo que isso pode desencadear uma recessão global nunca vista em 2023. O comunicado oficial do banco destaca: “Os BC aumentaram as taxas com um uma sincronia não observada nas últimas cinco décadas”. Os especialistas afirmam que, apesar da tentativa de combater a disparada dos preços, no médio prazo o efeito pode ser devastador, levando ao aumento no valor dos empréstimos e à redução do crescimento econômico.
Os Estados Unidos atingiram taxas de empréstimos mais altas dos últimos 14 anos. Além disso o Banco Central americano já prevê um novo aumento na taxa da inflação neste mês. O valor acumulado dos últimos 12 meses está em 8,5%, o mais alto índice desde a década de 80. No Reino Unido a inflação chegou a passar de dois dígitos, em Julho, (10,1%), também a mais alta em quatro décadas, mas agora está em 9,9% para os últimos 12 meses. O corte no fornecimento de gás pela Rússia provocou o aumento nos preços da energia, na maioria dos países da Europa Ocidental. Na Zona do Euro, a inflação rompeu a casa de 9%, um recorde que vem reduzindo o poder compra dos europeus.
Para o presidente do Banco Mundial, David Malpass, a economia global vive o seu pior momento desde a pós-recessão em 1970. Estudo realizado pelo Banco revela: “as três maiores economias do mundo – EUA, China e zona do euro – estão desacelerando acentuadamente”. Isso resultará no fechamento de empresas e companhias mundialmente conhecidas. A FedEx, por exemplo, já anunciou para os seus acionistas o fechamento de dezenas de escritórios localizados na Ásia e Europa, devido à queda da demanda.
Diante do iminente risco de uma crise econômica global, o Banco Mundial fez um apelo para os bancos centrais coordenarem sua ações com cautela: “comuniquem claramente as decisões políticas, para reduzirem o grau de aperto necessário”. O mesmo comunicado disse entender os efeitos causados pelas restrições da pandemia e a guerra da Ucrânia, causando os aumentos na energia, combustível e alimentos. Uma medida em conjunto com os principais bancos do mundo vem sendo estudada para tentar frear os altos índices.
Em 2008, houve a desequilíbrio financeiro global causado por uma crise de hipotecas nos EUA, o Banco Central Europeu e os bancos centrais do Canadá, Suécia e Suíça, reduziram conjuntamente suas principais taxas de juros, na tentativa de conter a inflação e as altas taxas de juros.