Novo método de diagnóstico vai revelar números mais realistas e ajudar no tratamento e redução de mortes pela doença
Um novo estudo publicado no portal de pesquisas Lancet Diabetes & Endocrinology mostrou que, até 2040, 17,4 milhões de pessoas terão diabete tipo 1. Esta estimativa representa o dobro do número de pessoas conhecidas por terem a doença hoje: 8,4 milhões.
Os pesquisadores desenvolveram um método mais eficaz para rastrear as pessoas com a doença, já que segundo eles os números hoje são subdimensionados e muitos países não coletam dados da doença. Com números mais realistas, a capacidade de tratamento e redução da letalidade deve crescer também significativamente.
Os responsáveis pela pesquisa explicam que dados precisos, além de significar um aumento da taxa de diagnóstico, vão acabar com alguns mitos sobre a doença. Um deles, é que o início da diabete tipo 1 ocorre frequentemente na infância e, por isso, é chamada erroneamente de “diabetes juvenil”. Os novos dados agora mostram que a maioria das pessoas diagnosticadas com a doença tem entre 20 e 59 anos. E mais adultos do que crianças são diagnosticados a cada ano.
“Há uma oportunidade de salvar milhões de vidas nas próximas décadas”, disse Graham Ogle, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de Sydney e um dos coautores do estudo. Os números são um alerta, disse ele, de que sem soluções, como acesso universal à insulina, melhor padrão de atendimento e conscientização sobre os sintomas do diabetes tipo 1, a projeção da equipe se tornará realidade.
A diabete tipo 1 ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, levando a um acúmulo de açúcar no sangue que pode ser incapacitante ou fatal. A pesquisa mostrou que cerca de 175 mil pessoas em todo o mundo morreram por causa do diabetes tipo 1 em 2021, e 63 a 70% das mortes em menores de 25 anos ocorreram porque a doença não foi diagnosticada.