CIÊNCIA

Super telescópio revela imagens de “galáxia fantasma”

A M-74 está a 32 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação Peixes

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 29 de agosto de 2022 - 21:58

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou novas imagens da espetacular Galáxia Fantasma, M-74, captadas pelo super telescópio James Webb, principal observatório de ciência espacial do mundo. A galáxia está a cerca de 32 milhões de anos-luz da Terra (cada ano-luz corresponde a cerca de 9.5 trilhões de quilômetros), na constelação de Peixes. Para se ter uma ideia da observação dos astros à distância, vale lembrar que a luz do Sol, que está a 150 milhões de quilômetros da Terra, leva oito minutos para chegar aqui. Já a luz das estrelas e galáxias leva anos para alcançar o nosso planeta.

Por exemplo, a luz da estrela mais próxima da Terra, a Próxima Centauri, que está a 4.2 anos-luz, leva 4 anos para chegar à Terra.

Com imagens bem definidas trazidos pelo Webb, os astrônomos estudam a origem e estrutura das espirais galácticas.  A M74 é uma classe particular de galáxia espiral pois seus braços são proeminentes e bem delieados diferente de outras. Ela ganhou o apelido de “galáxia fantasma”, porque só pode ser localizada através de instrumentos de altíssima definição, como as lentes do super telescópio

Astrônomos detectam a galáxia

A NGC 628 e o seu berçário de estrelas, a anos-luz da Terra. Foto: ESA

A visão nítida do James Webb, resultado de um investimento de 10 bilhões de dólares, revelou delicados filamentos de gás e poeira nos braços, que se estendem para fora do centro da imagem. A falta de gás na região nuclear também fornece uma visão desobstruída do aglomerado de estrelas nucleares no centro da galáxia.

As poderosas lentes do Webb apontaram para M74 com seu Mid-InfraRed Instrument (câmera e espectrógrafo que observa a radiação infravermelha de 5 a 28 mícrons) para registrar mais dados sobre as primeiras fases da formação de estrelas. Esses estudos, que envolvem cientistas da NASA, da ESA e de diversas universidades dos Estados Unidos, Europa, Ásia, fazem parte de um esforço maior para mapear 19 galáxias, que servem como berçários de estrelas. As imagens para as pesquisas também são fornecidas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA e por observatórios radiotelescópios terrestres como o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, ALMA.

Com os comprimentos de onda mais longos mostrados pelo Web, os astrônomos poderão identificar regiões de formação de estrelas, medir com precisão as idades dos aglomerados de estrelas e obter informações sobre a natureza dos pequenos grãos de poeira à deriva no espaço interestelar.

Ao combinar dados de vários telescópios operando em todo o espectro eletromagnético, os cientistas podem obter mais informações sobre objetos astronômicos do que usando um único observatório, mesmo um tão poderoso quanto o James Webb.

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