Sem estradas, carros ou emissões de carbono, cidade "The Line" de 170km funcionará com 100% de energia renovável
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, diz que sim e esse local chama-se “Neom”.
Um megaprojeto urbano futurista que vai custar 500 bilhões de dólares (2.638 trilhões de reais) e que será financiado principalmente pelo fundo soberano do país, faz parte da estratégia Visão Saudita 2030 de se afastar da imagem do petróleo. Batizado de Neom, o projeto se destina a criar um local perfeito para se viver e trabalhar.
Segundo Nadhmi Al-Nasr, CEO de toda a operação, “a idéia é construir um novo modelo, um laboratório vivo para o empreendedorismo, um lar para a comunidade internacional de sonhadores e realizadores – situado em paisagens naturais de tirar o fôlego e impulsionado por tecnologia avançada. Seremos uma potência industrial e faremos uma revolução na vida urbana. Teremos algumas das ilhas mais belas do mundo”.
Cobrindo uma área total de mais de 26.500 quilômetros quadrados, ou seja, quase do tamanho da Bélgica ou maior que o Kuwait ou Israel, os desenvolvedores garantem que o local vai ser uma zona econômica especial com um sistema autônomo, que será elaborado por investidores.
O megaterritório não vai ser uma grande metrópole. Os árabes prometem que ele será composto por várias regiões, incluindo uma cidade linear “The Line” (com apenas 200 metros de largura, 170 quilômetros de comprimento e 500 metros acima do nível do mar), o centro de indústrias avançadas e limpas “Oxagon”, o destino de montanha “Trojena” e o luxuoso resort na ilha “Sindalah”.
Sem estradas, carros ou emissões de carbono, “The Line” funcionará com 100% de energia renovável e 95% da terra preservada para a natureza. A saúde e o bem-estar das pessoas também serão priorizados em relação ao transporte e à infraestrutura, ao contrário das cidades tradicionais.
A cidade “A Linha” acomodará 9 milhões de pessoas e será construída em uma área de apenas 34 quilômetros quadrados. O clima ideal durante todo o ano garantirá que os residentes possam desfrutar da natureza que está em volta. Os moradores também terão acesso a todas as facilidades em uma caminhada de cinco minutos, além do trem de alta velocidade – com trânsito ponta a ponta de no máximo 20 minutos. Atualmente, 2.400 funcionários, de mais de 80 países, já vivem e trabalham na construção de “Neom” .
Numa primeira etapa, a unidade “Oxagon” vai receber os primeiros visitantes, a partir de 2024. A previsão de entrega de “Trojena” para passar férias, por exemplo, está prevista para 2026. O final de todo o projeto está agendado para 2045. Fica uma pergunta no ar: com tanto verde previsto para o projeto, de onde os responsáveis pelo projeto esperam tirar a água necessária para um projeto dessa magnitude, numa região desértica?