MEIO AMBIENTE

Alerta vermelho! Nível do mar continua subindo 

Análise feita por mais de 500 cientistas, de 60 países, aponta para os riscos de um planeta cada vez mais aquecido

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 2 de setembro de 2022 - 19:19

O nível do mar está aumentando em diversas partes do globo e isto, combinado com a concentração de gases de efeito estufa, eleva os riscos para milhões de pessoas, em todo o mundo. O alerta consta do 32º Relatório Anual “O Estado do Clima” da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, que também chama a atenção para a elevação das temperaturas das águas oceânicas, outro fator de risco.

De acordo com o relatório, tanto o aumento do nível das águas dos mares e a concentração de CO2, bateram recordes em 2021.

“Os dados apresentados nas pesquisas são claros. Continuamos a ver evidências científicas mais convincentes de que a mudança climática tem impactos globais e não mostra sinais de desaceleração”, disse Rick Spinrad, administrador da NOAA. E completou: “a crise climática não é uma ameaça futura. Estamos vivendo isso agora com muitas comunidades atingidas com mais de 1000 inundações por ano, a seca excepcional ou ainda um calor histórico”.

De acordo com o relatório, os gases do efeito estufa da Terra foram os mais altos já registrados. As principais concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso tiveram novos recordes em 2021. A concentração média anual global de dióxido de carbono atmosférico foi de 414,7 partes por milhão (ppm). Isso foi 2,3 ppm maior que os valores de 2020 e foi o mais alto medido na era moderna, bem como o mais alto pelo menos no último milhão de anos com base em registros paleoclimáticos.

Nível do mar continua subindo 

Temperaturas dos oceanos e em terra continuam batendo recordes.

A tendência de aquecimento da Terra continuou. Uma série de análises científicas indica que as temperaturas anuais da superfície global foram de 0,21 a 0,28 graus acima da média de 1991 a 2020. Isso coloca 2021 entre os seis anos mais quentes desde que os registros começaram em meados do século XIX. Os últimos sete anos (2015-2021) também foram os mais quentes já registrados, e a temperatura média da superfície global aumentou a uma taxa média de 0,08 – 0,09 graus por década desde o início do registro.

A temperatura das águas oceânicas e o nível do mar também foram os mais altos já registrados. O conteúdo global de calor oceânico, medido da superfície do oceano a uma profundidade de mais de 1828 metros, continuou a aumentar e atingiu novos recordes em 2021. Pelo 10º ano consecutivo, o nível médio global do mar também subiu e foi cerca de 97 milímetros acima da média de 1993, o ano que marca o início do registro de medição por satélite.

A atividade dos ciclones tropicais também esteve bem acima da média em 2021. Houve 97 tempestades tropicais nomeadas no Hemisfério Norte e Sul no ano passado, bem acima da média de 87 de 1991-2020. Sete ciclones tropicais atingiram intensidade de Categoria 5 na Escala de Ventos de Furacões Saffir-Simpson. O furacão Ida, de categoria 4, foi a tempestade mais impactante no Atlântico. Com 75 bilhões de dólares em danos, ele foi o desastre mais caro dos EUA em 2021 e o quinto furacão mais caro registrado desde 1980. O Super Tufão Rai foi o terceiro mais caro da história das Filipinas, causando cerca de 1 bilhão de dólares em prejuízo e mais de 400 mortes.

Todas as informações do 32º Relatório Anual “O Estado do Clima” da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) são baseadas em contribuições de mais de 530 cientistas de mais de 60 países.

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