A Alemanha anunciou um pacote de medidas de 65 bilhões de euros para enfrentar o aumento de preços no setor de energia, enquanto a Europa luta contra a redução no fornecimento de gás e petróleo, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. O plano, muito maior do que os dois anteriores, incluirá ajuda financeira aos mais vulneráveis ​​e isenções fiscais para empresas que mais utilizam energia. Os preços da energia dispararam desde o início da guerra,  em fevereiro e, desde então, os países europeus estão tentando reduzir a dependência da Rússia.

A Ucrânia pediu mais uma vez para a Europa permanecer firme. O presidente Volodymyr Zelensky disse que a Rússia está tentando destruir a vida normal de todos os cidadãos europeus. Em um dos seus últimos discursos, ele disse que a Rússia estava preparando um “ataque decisivo contra todos os europeus”, ao reduzir o fornecimento de combustíveis.

Em entrevista transmitida pela BBC, a esposa de Zelensky, Olena, disse que, se o apoio à Ucrânia fosse mais amplo, a crise seria mais curta. Ela lembrou aos britânicos que, embora o aumento do custo de vida dos europeus esteja piorando, os ucranianos estão pagando com suas vidas.

Autoridades da União Europeia alertaram que provavelmente haverá um momento crítico nos próximos meses, quando os países começarem a sentir uma  crise econômica mais aguda. Ao mesmo tempo, ainda são solicitados a ajudar a Ucrânia com equipamentos militares, dinheiro, remédios, comida e roupas.

Insatisfação

Já existem pequenos sinais de descontentamento em andamento. Recentemente, manifestantes tomaram as ruas da capital tcheca Praga protestando contra os altos preços da energia e pedindo o fim das sanções contra a Rússia. A polícia disse que havia cerca de 70 mil pessoas, principalmente grupos de extrema-direita e extrema-esquerda.

No nordeste da Alemanha, centenas de manifestantes se reuniram para protestar, em Lubmin, junto ao terminal do gasoduto Nord Stream da Rússia. Eles estavam pedindo a liberação do Nord Stream 2, um novo gasoduto que estava prestes a entrar em operação, mas foi bloqueado pelo governo alemão após a invasão.

A Rússia “não é mais um parceiro confiável de energia”. Foto do Instagram pessoal de Olaf Scholz

O chanceler alemão Olaf Scholz disse que a Alemanha vai conseguir passar pelo inverno, acrescentando que a Rússia “não é mais um parceiro confiável de energia”.

Ele disse que o governo fará pagamentos únicos para aposentados, pessoas de baixa renda e estudantes. Scholz também informou que haverá limites nas contas de energia. O chanceler prometeu incentivos fiscais no valor de  1,7 bilhão de euros para cerca de 9.000 empresas que dependem do consumo intenso de energia.

Um imposto inesperado sobre os lucros das empresas de energia também deve ser usado para amortecer as contas, disse Scholz.