TECNOLOGIA

Afinal, a pulverização aérea de defensivos é segura?

Para algumas culturas como a laranja, o café e o milho, a técnica é a única alternativa

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 14 de dezembro de 2022 - 21:55

A pulverização aérea para aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras, tem se mostrado como uma maneira eficiente e segura para o controle de pragas, trazendo benefícios para as plantações, para os produtores e para o solo. Os defensivos são substâncias químicas, orgânicas ou biológicas.

Apesar dos resultados positivos comprovados ao longo do tempo, ainda hoje há quem questione a validade desse método. Entre aqueles que questionam, tem gente que acredita que os produtos podem se espalhar além da plantação, causando prejuízos ao meio ambiente e para a população que vive no entorno das áreas de cultivo.

Devido a essa percepção, vale esclarecer que a pulverização aérea não tem perigo se o defensivo agrícola for analisado por um técnico qualificado, aplicado por um avião específico com piloto com capacidade técnica de aplicador e GPS e seguir todas as normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da  Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

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Em muitos casos, esta é a única alternativa para proteger as plantações das pragas, principalmente quando as plantas atingem alturas elevadas, como é o caso das espécies florestais. Para algumas culturas como a cana-de-açúcar, a banana, a laranja, o café e o milho, a pulverização aérea também é necessária devido à altura que elas atingem, chegam a medir 2 metros, inviabilizando a aplicação terrestre.

A urgência da aplicação em caso de pragas muito agressivas é outro fator que torna indispensável esse tipo de aplicação. Os percevejos, gafanhotos, o bicudo-do-algodoeiro e a ferrugem da soja podem destruir uma plantação inteira em poucos dias. Nessas situações, em grandes áreas, somente o avião permite realizar uma ação rápida de controle. Nas últimas décadas, a pulverização aérea também foi utilizada no controle emergencial de nuvens de gafanhotos em diversos países como Argentina, Austrália, Brasil, Israel, Uruguai, inclusive numa  força-tarefa promovida pelas Nações Unidas na África.

Afinal, a pulverização aérea de defensivos é segura?

Embraer já produziu 1400 aviões de pulverização de lavouras no Brasil. Fotos: Embraer / Divulgação

A  pulverização aérea de defensivos ainda traz uma série de benefícios que determinam a sua importância para a sustentabilidade da produção agrícola como: espalhar o produto de forma aérea é mais rápido que o terrestre (viabiliza o cultivo em área extensas), não causa danos às plantações e o contato com o solo, oferece maior precisão com o uso do GPS (atinge apenas a lavoura alvo), uniformidade (espalha o defensivo de forma igual), reduz custos e polui menos.  As aeronaves agrícolas possuem menores custos por hectare do que aplicações por pulverizadores terrestres, por apresentarem menor consumo de combustível. Sem contar que, consequentemente, apresentam redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), devido à redução do uso de combustíveis. Além disso, a pulverização aérea gasta 70% menos água do que uma aplicação tratorizada.

Para quem não lembra, entre os defensivos agrícolas são encontrados produtos que controlam plantas invasoras (herbicidas), insetos (inseticidas), fungos (fungicidas), bactérias (bactericidas), ácaros (acaricidas) e ratos (rodenticidas). Também são considerados defensivos agrícolas os reguladores de crescimento, que aceleram o amadurecimento e floração de plantas, por exemplo. Antes de encerrar, vale a pena dizer também que além da pulverização, a aviação agrícola possui outras finalidades como combate a incêndios e a distribuição de sementes nas plantações.

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