ECONOMIA
Ações do Deutsche Bank despencam em novo surto de estresse
Ações do maior banco alemão caíram 15% (Foto: Flickr)

Ações do Deutsche Bank despencam em novo surto de estresse

As perdas no valor das ações afastam as expectativas de que a intervenção no Credit Suisse resolveria a instabilidade do sistema bancário

Por: Mario Augusto
Da redação | 24 de março de 2023 - 12:06
Ações do Deutsche Bank despencam em novo surto de estresse
Ações do maior banco alemão caíram 15% (Foto: Flickr)

As ações do Deutsche Bank AG, o maior banco da Alemanha em ativos totais e número de funcionários, despencaram para o menor nível nos últimos três anos em meio às turbulências que atingem o sistema bancário global.

A diretoria do Deutsche Bank informou que vai fazer o resgate antecipado de um título subordinado de nível 2 para tranquilizar os investidores quanto à robustez do balanço patrimonial da instituição. Mas a medida surtiu efeito contrário. O aviso de resgate antecipado, em vez de aumentar a confiança dos investidores, fez o custo do seguro dos seus títulos contra a inadimplência disparar.

“É um caso claro de o mercado vender primeiro e fazer perguntas depois”, disse Paul de la Baume, consultor de mercado do FlowBank SA. “Continua a haver uma enorme preocupação de que a crise bancária possa se fundir em um evento de risco mais pesado nos mercados”, alertou o especialista.

Maior queda em 3 anos

As ações do Deutsche Bank caíram 15%, a maior queda desde o início da pandemia em março de 2020. Este é o pior desempenho em um índice de ações de bancos europeus, que até então era de, no máximo, 5,7%. Outros bancos, como Crosstown, Commerzbank AG, o espanhol Banco de Sabadell SA e o francês Societe Generale SA também tiveram quedas acentuadas, mas nada comparado às perdas do banco alemão.

O Deutsche Bank AG enfrentou recentemente um plano de recuperação de quatro anos que incluiu o corte de milhares de empregos e a venda de grande parte do banco de investimento. O CEO Christian Sewing, que assumiu a gestão do banco em 2018, analisou uma oferta de aquisição feita pelo concorrente Commerzbank, em 2019, a pedido do governo alemão, mas a operação não foi efetivada.

Tamanha instabilidade mostra que os nervos do mercado financeiro continuam à flor da pele. Mas o analista Stuart Graham, da Autonomous Research, tranquiliza os investidores do Deutsche Bank. “Não temos nenhuma preocupação com a viabilidade ou marcas de ativos do Deutsche. Para ser claro, o Deutsche não é o próximo Credit Suisse”, arrisca Graham.

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