Há uma explicação científica para o vai e volta da mesma sequência musical. Já ouviu falar em "earworm"? 90% das pessoas sofrem disso
Todo mundo já teve, algumas pessoas mais, outras menos, uma “música chiclete” na cabeça. Vai se repetindo e você até gosta dela. Mas chega um momento em que ela se repete tanto que passa a se tornar um tormento. A ciência chama esse fenômeno de earworm (um “bichinho no ouvido”, em tradução livre).
A palavra resume o que acontece no cérebro: são conexões que ficam “presas”, o que resulta em um funcionamento automático, involuntário, do armazenamento das memórias musicais. A sequência sonora fica se repetindo, como se fosse uma gravação em persistente repetição, por tempo indeterminado e que chega mesmo a perturbar a pessoa, que percebe em determinado momento que tem pouco ou nenhum controle sobre aquilo.
David Silbersweig, diretor do Centro de Neurociências do Brigham Women’s Hospital, de Massachusetts, EUA, fatores biológicos e neurológicos atuam para essa fixação da música na cabeça. As explicações de Silbersweig constam de estudo intitulado “Setting the Stage: Neurobiological Effects of Music on the Brain”.
Sabe quando o som mal começa e você já capta de qual música se trata? Isto significa que o profissional responsável pelo arranjo daquela produção fez um bom trabalho, associou técnicas e táticas sobre composição musical para alcançar a determinado resultado harmonioso que conquiste logo o ouvinte.
Para Vinicius Smith, CEO da Brek Records Produtora, a letra da música também faz toda a diferença. Para ele, é importante fazer um estudo do público-alvo que se quer atingir com determinada canção para obter uma boa receptividade, às vezes, inconsciente por parte das pessoas.
Esse fator está relacionado ao sistema límbico do corpo, que cuida, entre outras coisas, da boa receptividade emocional de mensagens e canções.
De acordo com pesquisadores da Universidade Goldsmiths de Londres, cerca de 90% das pessoas são “vítimas” dos earworms pelo menos uma vez por semana. Mas, se há o desejo de “apagar” essa memória rapidamente da mente, a dica é tentar algumas distrações que exijam a atenção plena.
Às vezes, dá certo forçar a mentalização de outra música que se goste, para esquecer e substituir a que incomoda. Ou, para quem tiver paciência, apenas esperar que o cérebro “jogue fora” aquela informação mental renitente.