Mais de 60% dos rapazes da Geração Z são solteiros, quase o dobro da taxa das moças, indicando um colapso na vida social e sexual do gênero masculino. São 63% dos rapazes, para 34% das mulheres. Os homens na faixa dos 20 anos também se mostram menos dispostos do que as mulheres a se envolver de forma romântica, sexual ou até mesmo na busca de amizades.

A empresa de pesquisa Pew Research Center também constatou que 30% dos adultos da América do Norte não são casados, vivem com um parceiro ou estão em um relacionamento sério. O número de casamentos entre jovens americanos também está cada vez menor, segundo a pesquisa.

“Estamos numa crise de conexão”, diz Niobe Way, professor de Psicologia, na New York University e fundador do Projeto para o Avanço de Nossa Humanidade Comum “Desconexão de nós mesmos e dos outros. E isso está piorando”, afirma o professor.

Greg Matos, psicólogo familiar em Los Angeles e autor do artigo intitulado “O que está por trás da ascensão de homens solitários e solteiros” descreveu bem o momento atual: “Eles preferem ir para um brunch com os amigos do que ter um encontro horrível”.

Não surpreendentemente, a queda nos envolvimentos acompanha o declínio do sexo. A parcela de americanos sexualmente ativos está no nível mais baixo em 30 anos. Cerca de 30% dos homens relataram que não tiveram relações sexuais no ano passado, em comparação com cerca de 20% das moças.

Apenas metade dos rapazes solteiros está buscando ativamente relacionamentos ou até encontros casuais, de acordo com o Pew. “A pandemia teve impacto importante em alguns desses números”, disse Fred Rabinowitz, psicólogo e professor da Universidade de Redlands que estuda masculinidade.

Os jovens “estão vendo muita mídia social, estão assistindo muita pornografia e atendendo a muitas de suas necessidades sem sair de casa. E acho que isso está começando a se tornar um hábito”.

E esse desequilíbrio social pode ter consequências trágicas. Homens jovens cometem suicídio quatro vezes mais do que em outras faixas etárias.  Os rapazes também são os principais responsáveis pelo aumento das taxas de tiroteios em massa, uma tendência que alguns pesquisadores vinculam ao seu crescente isolamento social.

Outro fator interessante e que também aparece na pesquisa é que o empoderamento da mulher está assuntando alguns moços da Geração Z. Muitos não sabem lidar com elas em cargos de comando numa empresa, não aceitam a igualdade dos salários e não se conformam em dividir as tarefas do lar ou a sala de aula de uma universidade.

A imagem que ilustra essa reportagem é do Fauxels/Pexels.