CIÊNCIA

Missão cumprida: nave se choca com asteroide

Colisão ocorreu a 11 milhões de quilômetros de distância da Terra. Objetivo é preparar a defesa do planeta

Por: Carlos Taquari
Da redação | 23 de setembro de 2022 - 14:58

De acordo com o planejado, a nave DART, da NASA, se chocou contra um asteroide, a uma distância de 11 milhões de quilômetros da Terra. O objetivo da missão é testar a capacidade de interceptar um corpo celeste que esteja em toda de colisão com o planeta. A colisão ocorreu às 23h15 GMT, 20h15, em Brasília, conforme estava previsto.

A nave do projeto DART – Double Asteroid Redirection Test (Duplo Teste de Redirecionamento de Asteroide) atingir o alvo, o Dimorphos, um pequeno asteroide que orbita outro maior, o Didymos. O choque, a uma velocidade de 23 mil km/h, não  destruiu o Dimorphos. Apenas alterou sua rota, como parte de uma experiência destinada a proteger a Terra contra eventuais colisões de corpos celestes, como já ocorreu no passado.

A colisão foi programada para esta noite, porque os dois asteroides estão mais perto da Terra.  “Esse é um momento importante, não apenas para a agência, mas para a história da conquista espacial e para a humanidade”, afirma Lindley Johnson, especialista da NASA em defesa planetária.

Nave vai colidir com asteroide a 23 mil Km/h

Conforme o previsto nave da Nasa se chocou  com asteroide. Foto: Nasa / Divulgação

O Dimorphos faz parte de um sistema binário, assim chamado porque gira em torno do asteróide maior, o Didymos (em grego significa gêmeos). Com um diâmetro de apenas 160 metros, o Dimorphos é bem menor do que o Didymos, que tem 780 metros de diâmetro.

Lançada em Novembro do ano passado, a nave DART vai bater de frente com o asteróide. Apesar da velocidade e da violência do choque, o resultado será pequeno. Deve alterar em apenas dez minutos o tempo em que o tempo o Dimorphos leva para completar a órbita do Didymos, que atualmente é de 11 horas e 55 minutos. A mudança deverá ser confirmada pelos controles de Terra nos próximos dias, após a colisão.

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Até agora, só na ficção

Esta experiência nunca foi tentada antes pelos cientistas, ao contrário da ficção. No filme “Armageddon”, os cientistas detectam um asteroide em rota de colisão com a Terra, a 35.000 km/h. Para evitar o impacto, uma nave é despachada com a missão de destruir o asteroide. Com um enredo parecido, o filme “Não Olhe Para Cima”, também mostra uma equipe de cientistas envolvidos com o projeto de atingir asteroides “ameaçadores”.

Para os cientistas, um corpo celeste é considerado próximo da Terra e pode se tornar uma ameaça quando sua órbita o traz a uma distância de 50 milhões de quilômetros. A maioria dos asteroides ou meteoros que se aproximam de nosso planeta se desintegra ao entrar em contato com a atmosfera terrestre.

Mas os maiores de 30 metros de diâmetro podem causar estragos, ainda que se desintegrem. Em média, a cada 10 mil anos, existe a possibilidade de que grandes asteroides, com mais de 100 metros, possam atingir a Terra e causar desastres. Como aquele que atingiu o planeta há 65 milhões de anos e foi responsável, entre outras consequências, pela extinção dos dinossauros, conforme a teoria mais aceita entre os cientistas.

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