Mídia do exterior destacou agressividade e xingamentos entre os dois candidatos
A imprensa internacional acompanha de perto a corrida presidencial no Brasil e tem publicado periodicamente informações sobre disputa. E o primeiro debate entre os principais candidatos, no domingo, organizado pela TV Bandeirantes, em parceria com a Folha de S. Paulo e a TV Cultura, foi assunto em muitos dos principais jornais do mundo.
O La Nación, de Buenos Aires, destacou os ataques mútuos entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixando o bom desempenho de candidatos como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) de lado.
New York Times destacou as dúvidas sobre se Bolsonaro entregará o governo, caso perca (Foto: reprodução site NYT)
O jornal argentino explicou que essa foi a primeira vez que Bolsonaro e Lula se enfrentaram cara a cara, embora sejam adversários diretos e os maiores críticos, um do outro, desde pelo menos as eleições de 2018.
“Os candidatos se acusaram mutuamente de difundir mentiras. Bolsonaro afirmou que o governo do PT foi ‘mais corrupto da história’, tendo sido acusado pelo adversário e outros candidatos de misógino e por má gestão da pandemia de Covid”, escreveu o La Nación.
O diário, o segundo mais lido do país vizinho, disse ainda que esta é a eleição mais polarizada no Brasil desde a volta da democracia, em 1985.
O canal de TV francês France 24, um dos principais do país europeu, foi na mesma linha, descrevendo que Lula disse que Bolsonaro “destruiu o Brasil”, enquanto o atual presidente repetiu que Lula e o PT foram responsáveis pelos escândalos do Mensalão e do Petrolão.
Afora o debate de domingo, nas últimas semanas, periódicos pelo mundo têm acompanhado o dia-a-dia da campanha. O New York Times, na semana passada, publicou reportagem em que destacava que a principal questão na corrida presidencial brasileira era saber se Bolsonaro aceitaria a derrota nas urnas, caso Lula vença. “Vai ter golpe ou não? Essa é a pergunta que mais se faz no Brasil neste momento”, ressaltou o diário americano.
O francês Le Monde, por outro lado, deu um enfoque diferente em reportagem especial. O correspondente foi a Pirassununga, no interior paulista, cidade que, segundo o jornal francês, o presidente Bolsonaro teve uma expressiva vitória em 2018, alcançando mais de 55,13 % do total de votos, contra 44, 87%, de Fernando Haddad, do PT.
O jornal começa dizendo que o município, próspero produtor de cana-de-açúcar e milho, a cerca de 200 quilômetros da capital paulista, exibe hoje pobreza em suas ruas, resultado da crise econômica dos últimos anos. E que, neste momento, parte dos eleitores bolsonaristas de 2018 estão em busca de alternativas.
O Le Monde fala que o PT de Lula nunca avançou politicamente em São Paulo, “um estado rural e conservador, que produz um terço do PIB brasileiro”. Mas que o partido agora pretende conquistar nova parcela de eleitores para buscar a vitória para Lula no país. Conclui que, apesar de Bolsonaro ainda preferido no interior paulista, 21% dos que votaram nele em 2018 dizem que não repetirão a confiança neste ano.
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