Governo argentino tenta conter a alta dos preços e volta a subir a taxa de juros
Após o anúncio do novo pacote de medidas destinadas a conter a inflação, a cotação do dólar diante do peso argentino voltou a subir, nesta segunda-feira. No final do dia, eram necessários 483 pesos para comprar 1 dólar, 9 pesos acima da cotação anterior. A alta cotação do dólar é um dos fatores relacionados com a inflação e a escassez de alimentos, segundo o governo.
Uma das principais medidas do pacote econômico é o aumento dos juros, que ficou em 97% ao ano, seis pontos percentuais acima. Entre os motivos que levaram o governo a baixar o novo pacote foi a inflação de 8,4% em Abril, acima das expectativas do Banco Central argentino. Agora, a inflação em 12 meses está em 108,8%, uma escalada que corrói os salários dos trabalhadores e reduz de forma drástica o poder aquisitivo da população.
O governo está adotando medidas para facilitar a importação de alimentos, sem impostos, com o objetivo de garantir redução nos preços de frutas, legumes e verduras.
Nesta segunda-feira, o governo comprou 60 milhões de dólares no mercado, como parte da estratégia para estabilizar a cotação da moeda norte-americana, o que não tem funcionado. Desde Abril, o Banco Central argentino já utilizou 250 milhões de dólares com esse objetivo. Trata-se de um patamar bastante alto, levando-se em conta que as reservas do BC já estão negativas em mais de US$1 bilhão.
Em outra frente, o governo procura manter negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o objetivo de ampliar os prazos para pagamento da dívida do país com a entidade e, ao mesmo tempo, conseguir a liberação de novos empréstimos. Após o mais recente empréstimo do Fundo à Argentina, no valor de 44 bilhões de dólares, o governo não conseguiu saldar as parcelas do financiamento e solicitou novos reembolsos, o que tem dificultado o alcance de um acordo de longo prazo.