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Guerra civil no Sudão já expulsou mais de 100 mil pessoas
Cidadãos americanos são revistados antes de embarcar em um navio em Porto Sudão. (AP Photo/Smowal Abdalla)

Guerra civil no Sudão já expulsou mais de 100 mil pessoas

Tragédia humanitária se agrava no país. Água e comida não são entregues à população por causa dos conflitos armados

Por: Mario Augusto
Da redação | 2 de maio de 2023 - 18:27
Guerra civil no Sudão já expulsou mais de 100 mil pessoas
Cidadãos americanos são revistados antes de embarcar em um navio em Porto Sudão. (AP Photo/Smowal Abdalla)

De acordo a Organização das Nações Unidas mais de 100 mil pessoas fugiram do Sudão desde o início da guerra civil, em 15 de abril, e outras 334 mil estão na condição de deslocados internos. As autoridades locais alertaram para o risco de uma catástrofe humanitária ainda mais grave, caso os conflitos armados continuem no Sudão. Os combates se intensificaram na capital, Cartum, entre o exército e os paramilitares da Forças de Apoio Rápido (RSF).

O enviado especial da ONU ao Sudão, Volker Perthes, disse que os dois lados concordaram em iniciar as negociações para um cessar-fogo nos próximos dias, mas ainda não há uma data definida para a suspensão dos ataques.

Guerra civil no Sudão já expulsou mais de 100 mil pessoas

Tiroteios e fogo de artilharia pesada atingem o Sudão. (Foto AP/Marwan Ali)

Segundo o Ministério da Saúde do Sudão, mais de 500 pessoas foram mortas e mais de 4 mil ficaram feridas nos combates nos últimos 17 dias. Os militares realizam ataques aéreos contra Cartum para tentar enfraquecer o RSF, grupo paramilitar formado por milicianos. Combates intensos também ocorreram em Darfur, no oeste do país.

O relatório da ONU informa que 0s 100 mil refugiados incluem cidadãos sudaneses que tentavam voltar para casa e pessoas que já eram refugiados no Sudão fugindo dos combates. Um grande número de pessoas também fugiu do país pela fronteira com o Egito no norte e o Chade no oeste.

Retirada de estrangeiros

A maioria dos estados europeus já concluiu a retirada de cidadãos do Sudão e a Rússia informou que enviará ainda nesta terça-feira quatro aviões militares para retirar mais de 200 pessoas, incluindo cidadãos russos e de países aliados.

Em Cartum, os suprimentos para a população estão sendo racionados. Comida, água e eletricidade já estão acabando e a ajuda humanitária que chega por meio da ONU está sendo armazenada por causa da violência generalizada, pois não há condições seguras para entregar os mantimentos à população sudanesa.

O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ahmed al-Mandhari, disse que as instalações de saúde foram atacadas em Cartum. “Até agora, houve cerca de 26 ataques relatados a instalações de saúde. Alguns desses ataques resultaram na morte de profissionais de saúde e civis nesses hospitais”, revelou. O representante da ONU destacou que alguns desses hospitais foram invadidos para serem usados ​​como bases militares, expulsando funcionários e pacientes das unidades de saúde.

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