Entre as queixas do setor estão os baixos salários e a insegurança em relação ao futuro da profissão
Mais de 9 mil escritores e roteiristas de talk shows e programas norte-americanos entraram em greve, em Hollywood. Esta é a primeira paralisação do setor em 15 anos. De acordo com a Writers Guild of America (WGA), o objetivo é conquistar melhores salários e uma maior participação nos lucros de empresas como a Disney e a Netflix.
A Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP) reponsável pelas empresas promoveu seis semanas de negociações e afirmou que ofereceu uma “proposta de pacote abrangente”. Entretanto, os escritores e roteiristas alegaram que a resposta foi “totalmente insuficiente” diante da “crise existencial que os escritores estão enfrentando”.
Entre as questões-chave nas negociações destacam-se o fato de que os escritores são pagos por programas que muitas vezes permanecem em plataformas de streaming por anos, bem como o impacto da inteligência artificial na escrita. Os escritores temem ser substituídos por robôs.
Em documento divulgado, além dos salários, a WGA propunha um mínimo de equipe de TV, variando de seis a 12 escritores por programa. Também um número mínimo garantido de semanas de emprego por temporada, para gerar mais estabilidade e segurança ao setor.
Na noite de domingo, o canal Deadline Hollywood informou que vai parar a produção de programas noturnos, incluindo The Late Show com Stephen Colbert, Jimmy Kimmel Live! e The Tonight Show, estrelado por Jimmy Fallon.
Stephen Colbert, do The Late Show, que gravou o programa antes do fim das negociações, compartilhou uma imagem de seus roteiristas e expressou seu apoio a eles na abertura na noite de segunda-feira.
Já Jimmy Fallon, disse em seu programa que esperava que a greve não fosse adiante, mas ao mesmo tempo queria ver um “acordo justo” feito para os escritores. “Preciso muito dos meus escritores, não tenho show sem eles.”