Em visita à Espanha, presidente contradiz declarações anteriores sobre o conflito
Em entrevista coletiva, ao lado do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que “não faz sentido dizer quem está certo ou errado” na guerra da Ucrânia. “O que temos de fazer agora é parar com a guerra”, acrescentou.
O presidente brasileiro também disse que só ele tem defendido o fim do conflito: “Ninguém no mundo está falando em paz, exceto eu. Parece que estou pregando no deserto”.
As declarações do presidente brasileiro foram vistas como uma tentativa de afastar as críticas nas últimas semanas, depois que ele aconselhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a devolver a Crimeia à Rússia, dizendo que “Zelensky não pode querer tudo”. A Crimeia foi tomada pela Rússia, após a invasão desta faixa do território ucraniano, em 2014.
Lula também responsabilizou os Estados Unidos e países da União Europeia de serem responsáveis pelo prolongamento do conflito, ao enviarem armas para que a Ucrânia se defenda da invasão. Esta foi outra declaração que provocou repercussões negativas junto aos países europeus. Um porta-voz da União Europeia chegou a aconselhar Lula a visitar a Ucrânia, antes de fazer comentários sobre a guerra.
Por sua vez, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, apresentou pontos de vista diferentes de Lula. Disse que é importante destacar que o conflito começou quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em Fevereiro de 2022. “Nesta guerra há um agressor e uma vítima de um ataque. O agressor é a Rússia de Vladimir Putin”, acrescentou.
Sanchez disse ainda que “é esencial que o país atacado seja ouvido e que suas propostas de paz sejam levadas em conta”.
A Espanha, como membro da OTAN, a aliança militar do ocidente, segue a política dos países ocidentais que estão apoiando a Ucrânia e enviando armamentos. Em Julho, a Espanha vai assumir a presidência da União Europeia, pelo sistema rotativo.
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