A plataforma Discord, frequentada por fanáticos por armas, revelou ao FBI a identidade de Jack Douglas Teixeira, o militar que vazou documentos secretos dos serviços de inteligência dos Estados Unidos para as redes sociais. Além do interesse por armas, os usuários da Discord também trocam conteúdo racista e passam longo tempo envolvidos com jogos eletrônicos.

Nesta sexta-feira, Teixeira prestou depoimento perante um tribunal de Massachusetts, onde foi interrogado sobre o vazamento de dados. Por enquanto, o conteúdo do depoimento é mantido em sigilo. Mas já se sabe que Teixeira acessou documentos secretos utilizando seu computador na base da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts, onde trabalhava.

Teixeira foi preso por agentes do FBI, que descobriram seu endereço, em North Digton, Massachusetts , a partir dos dados revelados pela Discord. 

Os documentos, considerados altamente secretos, incluíam dados sobre a ação dos serviços de inteligência dos EUA na Ucrânia, para rastreamento das tropas russas.

Agentes do FBI estão tentando descobrir se Teixeira contou com o auxílio de uma ou mais pessoas ligadas aos serviços de inteligência que podem ter repassado os documentos. Mas sabe-se que o suspeito trabalhava na área de sistemas de controle digital aéreo.

Uma fonte do Pentágono, tentando explicar o vazamento, afirmou: “As tarefas do setor aéreo envolvem vários tipos de missões, incluindo aquelas relacionadas com os serviços de inteligência”.

Um dos integrantes do grupo na plataforma disse que todos são “contra a guerra”, referindo-se supostamente ao conflito na Ucrânia. Segundo essa fonte, não identificada, existem membros do grupo que “estão na Ucrânia”, mas não revelou detalhes.

Jack Teixeira, acusado de roubar e vazar os documentos. (Facebook)

O Washington Post ouviu outro integrante do Discord, que afirmou: “Ele é muito inteligente (referindo-se a Teixeira). Sabia muito bem o que estava fazendo. Não existe isso de que o vazamento poderia ter sido acidental”.

Os papéis foram retirados de arquivos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e comprometem, entre outros países, a Ucrânia, Israel e Coréia do Sul.