As relações de amor ou de amizade influenciam no bem-estar mental e físico das pessoas e aumentam a satisfação pela vida. Laços fortes, seja no sentido romântico ou não, também exercem um papel transformador ao longo da existência de cada pessoa.

Pesquisa da Claremont Graduate University, nos Estados Unidos, mostrou que indivíduos que possuem amizades estáveis e recíprocas tendem a ter uma vida mais longa e saudável. Isto porque além de melhorar o sistema imunológico, o contato com estas pessoas diminui o risco de hipertensão e garantem até um sono mais tranquilo.

Por outro lado, o estudo constatou que as amizades tensas aumentam significativamente os riscos de doenças crônicas, relacionadas com hipertensão e até a aceleração no processo de envelhecimento das células.

Ter amigos, e não precisa ser muitos, faz parte da interação social, essencial para a saúde física e mental dos seres humanos. Em alguns casos, o pouco contato social ou falta dele aumenta o risco de mortalidade e pode constituir um fator mais agressivo do que o tabagismo e o colesterol alto.

Apesar de haver alguns padrões comuns de amizade entre culturas, o país e a idade que a pessoa possui pode determinar os tipos de amizade. Uma das principais autoras do estudo da Claremont Graduate University, Saida Heshmati, explica que, se a amizade pode ser definida como um tipo voluntário de interdependência, as expectativas culturais vão afetar as interações entre as pessoas.

Amigos devem ter prioridade

De acordo com a jornalista e pesquisadora Lydia Denworth, autora do livro “Friendship: The Evolution, Biology And Extraordinary Power of Life’s Fundamental Bond”, historicamente, o papel da amizade tem sido negligenciado e banalizado pelas pessoas ao longo do tempo. “Os amigos merecem mais respeito e nem sempre devem ser os últimos na nossa lista em termos de prioridade”, afirma Denworth.

Em alguns casos, a amizade pode realmente ser mais benéfica para a saúde do que o casamento ou a família. É o que mostrou um levantamento da organização International Association for Relationship Research, que analisou dados de indivíduos de 97 países.

Algumas culturas priorizam mais a lealdade e confiança do que a autonomia e o crescimento pessoal. Outras em que as interações acontecem de forma mais espontânea e outras em que as amizades se baseiam em rituais e obrigações formais.

Amizades são essenciais na construção da identidade dos adolescentes.(Foto: Pexels)

O fator idade 

Para além da cultura, existe outro fator que impacta diretamente nas relações de amizade: a idade. De acordo com a autora Lydia Denworth, pesquisas mostram que existe uma curva em “U” quando se trata de tempo gasto com amigos ao longo da vida. “As amizades são extremamente importantes para a construção da identidade do adolescente, menos proeminentes para adultos de meia-idade e fundamentais para a saúde e a felicidade dos idosos”, conclui.

Algo unânime entre o campo científico é que independente da cultura e idade, vale a pena se esforçar para manter suas relações de amizade. Seja para beneficiar positivamente sua saúde individual, como do outro.