O solo secou em  47% do continente. Nos outros 17%, a vegetação “mostra sinais de estresse”. 

Dois terços da Europa estão sob algum tipo de alerta de seca, no que se considera o pior evento desse tipo em 500 anos. O último relatório do Observatório Global da Seca, que faz parte da Comissão Europeia, diz que o solo secou em  47% do continente. Nos outros 17%, a vegetação “mostra sinais de estresse”.

O estudo também adverte que o período de seca afetará o rendimento das colheitas, provocará incêndios florestais e poderá durar vários meses a mais em algumas regiões do sul da Europa.

Em comparação com a média dos cinco anos anteriores, as previsões da UE para a colheita são 16% inferiores para o milho em grão, 15% para a soja e 12% para o girassol.

A onda de calor em curso e a escassez de água “criaram um estresse sem precedentes em toda a UE”, disse a comissária de pesquisa Mariya Gabriel. “Estamos notando uma temporada de incêndios florestais  muito acima da média e isso vai gerar impacto importante na produção agrícola. A mudança climática é, sem dúvida, mais perceptível a cada ano”, acrescentou. O relatório ainda alertou que quase todos os rios da Europa secaram até certo ponto.

Além do óbvio impacto na navegação dos barcos, os rios secos também atingem o setor de energia, que já está em crise. A oferta de energia hidrelétrica caiu 20%, de acordo com o relatório. Essa seca severa que começou no início do ano na área do mediterrâneo europeu, piorou agora e deve durar até novembro, aponta o estudo.

Entre outros países, estão sofrendo com a seca a Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Romênia, Hungria, norte da Sérvia, Ucrânia, Moldávia, Irlanda e Reino Unido.