ONU lança guia de sobrevivência para evitar colapso climático. Barreira de 1,5°C pode ser superada a curto prazo
Bloomberg
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU divulgou nesta segunda-feira um documento alertando que o planeta está à beira de uma catástrofe climática, porque as temperaturas médias continuam aumentando em todos os pontos do globo. Os cientistas afirmam que se nada for feito a curto prazo será inevitável evitar o aquecimento acima de 1,5°C, o que deverá provocar uma série de catástrofes como inundações e a destruição de áreas litorâneas. Diante dos novos dados, os pesquisadores defendem ações urgentes no combate às mudanças climáticas.
“Este relatório é um apelo para acelerar massivamente os esforços climáticos de todos os países e setores e em todos os prazos”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado sobre o lançamento do relatório. “Em suma, nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes – tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo”.
O documento defende a rápida redução no uso dos combustíveis fósseis, o que pode contribuir para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.
A ONU enfatiza que todos os países devem antecipar seus planos de carbono zero em uma década. Essas metas devem reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa que aquecem a atmosfera do planeta.
Os governos já haviam concordado em agir para evitar o aumento da temperatura global ultrapassasse 1,5ºC. Mas o mundo já aqueceu 1,1ºC e agora especialistas dizem que é provável ultrapassar 1,5ºC na década de 2030.
O governo do Reino Unido respondeu: “o relatório deixa claro que os países devem trabalhar em direção a compromissos climáticos muito mais ambiciosos antes da cúpula climática da ONU COP28 em novembro”.”
Principais pontos:
“O que este relatório mostra é a gravidade do problema”, disse Friederike Otto, professor sênior do Grantham Institute for Climate Change and the Environment no Imperial College London, no Reino Unido. O professor é um dos principais redatores do relatório. “Isso mostra com muito mais evidências e clareza do que qualquer um dos documentos anteriores o quanto o aquecimento de 1,1 grau que já temos agora está afetando adversamente nossos sistemas humanos e naturais e – em outras palavras – isso significa: estamos matando pessoas e destruindo seus meios de subsistência”.