Os pesquisadores dizem que esta nova abordagem tem até três vezes mais eficácia do que os métodos anteriores
Cientistas descobriram uma nova maneira de capturar o dióxido de carbono do ar e armazená-lo no mar. Os pesquisadores da Lehigh University, na Pensilvânia, nos EUA, dizem que esta nova abordagem pode ser até três vezes mais eficiente em comparação aos métodos atuais. O gás é transformado em bicarbonato de sódio e armazenado de forma segura e barata na água do mar. A descoberta pode acelerar a implantação da tecnologia de remoção de carbono, dizem os especialistas. A pesquisa foi publicada na revista científica, Science Advances.
Enquanto o mundo tem lutado para limitar e reduzir as emissões de dióxido de carbono nas últimas décadas, várias empresas se concentraram no desenvolvimento de tecnologia para remover o CO2 da atmosfera. Nos últimos anos, a empresa Climeworks na Suíça desenvolveu máquinas para que filtram e retêm as moléculas de dióxido de carbono do ar.
Em uma usina na Islândia, o CO2 capturado é injetado no subsolo, onde é permanentemente transformado em pedra. A empresa começou recentemente a vender um serviço certificado de remoção de carbono para grandes clientes, incluindo: Microsoft, Spotify e Stripe.
No entanto, um grande problema para a maioria das abordagens atuais para a captura direta de ar é o custo. O CO2, embora seja um poderoso agente de aquecimento, está relativamente diluído na atmosfera em cerca de 400 partes por milhão no ar. Máquinas gigantes que requerem enormes quantidades de energia são necessárias para absorver e descarregar o CO2. Esta nova abordagem, usando resinas e outros produtos químicos, promete muito mais eficiência e menor custo, dizem os cientistas.
A equipe de pesquisa utilizou uma abordagem usada para aplicações na água e “ajustou” os materiais existentes para remover o CO2 do ar. Em testes, o novo material absorvente híbrido foi capaz de absorver três vezes mais CO2 do que as substâncias existentes.
“Que eu saiba, não há material absorvente que, mesmo a 100.000 ppm, mostre a capacidade de obter na captura direta de ar de 400 ppm”, disse o autor do estudo, Prof Arup SenGupta, da Lehigh University, nos EUA. “A simples capacidade de capturar CO2 em grande quantidade, em um pequeno volume de material, é um aspecto único do nosso trabalho”.
O que fazer com o gás armazenado?
Armazená-lo no subsolo ou no mar em antigos poços de petróleo é uma abordagem amplamente aceita pela comunidade científica. Mas o novo artigo sugere que, com a adição de alguns produtos químicos, o CO2 capturado pode ser transformado em bicarbonato de sódio e armazenado de forma simples e segura em qualquer parte do mar.
Os autores do estudo acreditam que a remoção de CO2 dessa maneira não será apenas um divisor de águas no aumento das temperaturas globais, mas também poderá fortalecer diretamente os países em desenvolvimento.