Sem predadores, os animais se multiplicam
O governo da Colômbia solicitou autorização para transferência de pelo menos 70 hipopótamos para a Índia e México. A iniciativa faz parte de um plano para controlar a população desses animais. Inicialmente, os hipopótamos se concentravam perto da “Hacienda Napoles”, que pertencia ao traficante de drogas, já falecido, Pablo Escobar. A atual população destes animais descende de quatro hipopótamos importados ilegalmente da África por Escobar.
A fazenda fica a 200 quilômetros de Bogotá, mas os grandes mamíferos se espalharam por várias regiões do país. As autoridades colombianas estimam que existem atualmente cerca de 130 hipopótamos na região de Antioquia e sua população pode chegar a 400 no próximos oito anos.
Biólogos e ambientalistas alertam que os hipopótamos não têm um predador natural na Colômbia e são um problema potencial para a biodiversidade, pois suas fezes alteram a composição dos rios e podem afetar o habitat de peixes-boi e capivaras. No ano passado, o governo do país os declarou uma espécie “invasora tóxica”.
Desafiadora missão
De acordo com a diretora de proteção e bem-estar animal do Ministério do Meio Ambiente de Antioquia, Lina Marcela de los Ríos Morales, os animais que pesam até 3 toneladas serão atraídos para jaulas de de ferro e levados de caminhão até o aeroporto internacional da cidade de Rionegro, a 150 quilômetros de distância.
De lá, eles serão levados para a Índia e para o México, onde há santuários e zoológicos capazes de acolher e cuidar dos animais. A ação de transferência é possível, uma vez que já houve experiência anterior de realocar hipopótamos em zoológicos de todo o país.
Para Morales, o atual plano é uma alternativa mais “humana” do que exterminar a espécie. Equador, Filipinas e Botswana também expressaram sua intenção de realocar hipopótamos procedentes da Colômbia.