CIÊNCIA

Não tem esse negócio de viajar sem culpa. Avião ainda polui e muito!

Cientistas britânicos lembram que o combustível sustentável de aviação ainda é uma realidade muito distante

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 28 de fevereiro de 2023 - 21:55

Estudo divulgado por cientistas britânicos deixa claro que o avião ainda é um meio de transporte muito poluente, ou seja, não é possível voar de férias ou a trabalho sem culpa relacionada com o meio-ambiente. No Reino Unido, por exemplo, o governo tem uma meta de ter um combustível sustentável alimentando um “jato carbono zero” até 2050.

A aviação é responsável por 2,4% das emissões globais de gases de efeito estufa. A composição do querosene de aviação ajuda a esquentar atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas. Como a demanda por mais aeronaves não para de aumentar, o desafio dos governos e do setor de reduzir o impacto aumenta ainda mais.

Segundo um estudo da Royal Society (Academia de Ciência do Reino Unido, fundada em 1660) quatro opções de combustíveis menos poluentes foram pesquisados para tentar trocar as 12,3 milhões de toneladas de querosene usados anualmente pelas companhias aéreas britânicas. O resultado não foi bom e nenhuma delas deu certo.

Os aviões verdes ainda são uma realidade muito distante, segundo os cientistas ingleses. (Foto: Airbus / Divulgação)

O que está ocorrendo hoje é que as empresas do setor estão usando quantidades bem pequenas de biocombustível, em grande parte vindo das colheitas da fazendas locais. O aeroporto London Heathrow é o maior usuário mundial de biocombustíveis, mas ele responde por apenas apenas 0,5% do seu fornecimento. Para abastecer todos os aviões do Reino Unido seria necessário usar metade das terras agrícolas, prejudicando a produção de alimentos.

Os estudiosos também já pensaram no combustível feito a partir do hidrogênio verde, mas essa tecnologia ainda é cara e precisa ser aprimorada. Outro ponto importante é que os motores dos aviões atuais não funcionam com hidrogênio verde.

Segundo o órgão comercial das companhias aéreas britânicas (UK Airlines), “um novo combustível precisa ser financeiramente viável, seguro, utilizável em todo o mundo e ter densidade de energia alta o suficiente para ser usado em voos de longa distância”. Eles ainda ainda disseram que  “a descarbonização da aviação é, sem dúvida, um desafio, e o setor está trabalhando em estreita colaboração com o governo para encontrar maneiras de acelerar a transição e maximizar as enormes oportunidades econômicas e ambientais de liderar a transição do ‘jet zero’”.

Ativistas ambientais dizem que o governo também deveria estimular algumas pessoas voar menos. Leo Murray, da ONG Climática Possible, quer que o governo cobre uma taxa dos passageiros frequentes, um pequeno número de indivíduos que pegam cerca de 70% dos voos dos aeroportos do Reino Unido.

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