País registra 32 dias sem chuvas. Estiagem afeta a produção agrícola e o governo promete ajuda
Após mais de um mês sem chuvas em todo o território francês, o governo anunciou estado de alerta e a adoção de medidas para enfrentar o inverno mais seco desde 1959. Entre outras medidas, está proibida a irrigação na maioria das propriedades agrícolas e há restrições para o consumo de água nas cidades e no campo.
As altas temperaturas provocaram condições de seca das quais muitas regiões ainda não se recuperaram. A França enfrentou, em 2022, o ano mais quente da sua história. Recordes também foram quebrados em outras partes da Europa – no Reino Unido, Espanha e Itália.
No ano passado, muitos vilarejos franceses ficaram sem água potável. Atualmente, os produtores também registram uma escassez na produção de leite, o que pode afetar a indústria de queijos, uma das mais importantes do país e com forte peso nas exportações.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a colheita de milho deve ser 20% menor em comparação com os outros anos.
Segundo fontes ligadas ao governo, Emmanuel Macron, deve anunciar nos próximos dias um pacote de ajuda para as regiões afetadas pela seca.
A Agência Meteorológica Nacional, Météo-France, explicou que como o topo das montanhas dos Pirineus e dos Alpes franceses estão com pouca neve, isso afeta todo o ciclo de chuva na França, além de reduzir o volume de água que desce para os rios, lagos e canais. Os próximos meses serão decisivos para definir se a seca será ainda pior do que a enfrentada no ano passado.
Em 2022, o país enfrentou uma queda de 20% na produção de energia nas hidrelétricas. Ao mesmo tempo que reativou as usinas atômicas para compensar a redução das exportações de gás e petróleo pela Rússia. Novamente, uma seca prolongada pode comprometer a energia francesa alterando assim os preços de combustíveis em toda a Europa.