INTERNACIONAL

Putin alerta sobre risco de catástrofe nuclear

Presidente russo diz que aceita missão internacional para inspecionar usina

Por: Carlos Taquari
Da redação | 19 de agosto de 2022 - 15:39

Em conversa telefônica com o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente Vladimir Putin advertiu para o risco de que a usina de Zaporizhia, na Ucrânia, seja atingida por projéteis, durante os confrontos entre russos e ucranianos. Se isto acontecer, disse Putin, o mundo estará diante de uma catástrofe nuclear, que pode se espalhar por vários continentes. Maior usina nuclear da Europa, Zaporizhia está entre as dez maiores usinas nucleares do mundo, em capacidade instalada e em produção de energia. Localizada às margens do Rio Dnieper, na região central da Ucrânia, a usina foi tomada pelas tropas russas, em março, no início do conflito.

Os dois lados trocam acusações sobre a responsabilidade pelos projéteis que atingiram a usina. De acordo com as versões divulgadas pela Rússia, os ucranianos lançaram 12 ataques às instalações da usina, danificando sistemas de apoio, como os equipamentos que mantêm os reatores resfriados. Nesses ataques, ainda segundo as versões de Moscou, foram utilizados mais de 50 foguetes, projéteis de artilharia e drones. A Ucrânia desmente essas informações e culpa os russos pelos ataques.

risco de catástrofe nuclear

Usina na Ucrânia: risco de catástrofe nuclear.

Na conversa com Macron, Putin voltou a culpar a Ucrânia pelos bombardeios, mas deixou claro que aceitará a presença de uma missão internacional para inspecionar as instalações e avaliar os riscos.

“Proposta inaceitável”

Comunicado da Energoatom, a empresa estatal de energia atômica da Ucrânia, informa que, se os sistemas forem desligados, os reatores permanecerão aquecidos, expondo a Europa a um cenário de perigo de contaminação nuclear.

Diante dos perigos existentes, a Agência Internacional de Energia Atômica pediu à Rússia permissão para que especialistas possam visitar a usina e avaliar a extensão dos riscos, o que Putin já aceitou. Segundo a Agência, esta é a primeira vez que uma guerra cria o perigo de uma catástrofe nuclear. Por sua vez, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lançou um apelo aos governos de Moscou e Kiev visando a criação de uma zona desmilitarizada no entorno da usina. Nas palavras do secretário-geral, bombardear a usina seria um “ato de suicídio”, com consequências imprevisíveis. Mas a Rússia já descartou a proposta da ONU, que qualificou como “inaceitável”.

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