Manifestantes que protestavam contra o regime provocaram danos na ferrovia que liga Cusco ao sítio histórico
O governo peruano anunciou o fechamento, por tempo indeterminado, da ferrovia que liga Cusco à cidade histórica de Machu Picchu, alegando que manifestantes contrários ao regime danificaram trechos da linha, para impedir a circulação de trens. Com isso, pelo menos 400 turistas ficaram retidos em Machu Picchu e Águas Calientes, povoado localizado no pé da montanha. De acordo com a concessionária da ferrovia, Ferrocarril Transandino, trilhos da linha foram deslocados pelos grupos radicais, em várias pontos da ligação. Funcionários da empresa estão tentando consertar os estragos, mas o governo teme pela segurança dos turistas, enquanto prosseguirem os protestos. A ferrovia é o único meio de transporte para o sítio histórico, uma vez que não existe roda de trânsito de veículos pela montanha.
Centenas de manifestantes que exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte entraram em choque com a polícia, em Lima. Mais de 50 pessoas morreram nos conflitos ocorridos nos últimos dias. Uma força policial invadiu o campus da Universidade San Marcos, a principal do país, para desalojar um grupo contrário ao governo que estava abrigado no local. Pelo menos 200 pessoas foram detidas.
Os protestos contra o regime tiveram início em Dezembro, após a destituição e prisão do presidente Pedro Castillo, substituído por sua vice, Dina Boluarte. Diante dos protestos que já provocaram dezenas de mortes, o governo decretou estado de emergência.
A presidente prometeu endurecer a repressão aos manifestantes a quem se referiu como “vândalos”. “Todo o rigor da lei recairá sobre as pessoas que agiram com vandalismo”, disse Boluarte.
Organizações de defesa dos direitos humanos acusaram a polícia e o exército de usar armas letais contra civis desarmados. A polícia diz que os manifestantes estão usando armas e explosivos caseiros.
Antes de ser deposto, em Dezembro, Castillo tentou fechar o Congresso Nacional para evitar a votação de seu impeachment. Os manifestantes, que apoiam Castillo, além de exigirem a renúncia de Dina Boluarte, pedem a convocação de eleições antecipadas.