INTERNACIONAL

Peru fecha acesso a Machu Picchu e 400 turistas estão isolados

Manifestantes que protestavam contra o regime provocaram danos na ferrovia que liga Cusco ao sítio histórico

Da redação | 22 de janeiro de 2023 - 12:55

O governo peruano anunciou o fechamento, por tempo indeterminado, da ferrovia que liga Cusco à cidade histórica de Machu Picchu, alegando que manifestantes contrários ao regime danificaram trechos da linha, para impedir a circulação de trens. Com isso, pelo menos 400 turistas ficaram retidos em Machu Picchu e Águas Calientes, povoado localizado no pé da montanha. De acordo com a concessionária da ferrovia, Ferrocarril Transandino, trilhos da linha foram deslocados pelos grupos radicais, em várias pontos da ligação. Funcionários da empresa estão tentando consertar os estragos, mas o governo teme pela segurança dos turistas, enquanto prosseguirem os protestos. A ferrovia é o único meio de transporte para o sítio histórico, uma vez que não existe roda de trânsito de veículos pela montanha.

Centenas de manifestantes que exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte entraram em choque com a polícia, em Lima. Mais de 50 pessoas morreram nos conflitos ocorridos nos últimos dias. Uma força policial invadiu o campus da Universidade San Marcos, a principal do país, para desalojar um grupo contrário ao governo que estava abrigado no local. Pelo menos 200 pessoas foram detidas.

Mais de 50 pessoas morreram, nos conflitos em Lima. (Captura/vídeo/Youtube)

Os protestos contra o regime tiveram início em Dezembro, após a destituição e prisão do presidente Pedro Castillo, substituído por sua vice, Dina Boluarte. Diante dos protestos que já provocaram dezenas de mortes, o governo decretou estado de emergência.

A presidente prometeu endurecer a repressão aos manifestantes a quem se referiu como “vândalos”. “Todo o rigor da lei recairá sobre as pessoas que agiram com vandalismo”, disse Boluarte.

Organizações de defesa dos direitos humanos acusaram a polícia e o exército de usar armas letais contra civis desarmados. A polícia diz que os manifestantes estão usando armas e explosivos caseiros.

Antes de ser deposto, em Dezembro, Castillo tentou fechar o Congresso Nacional para evitar a votação de seu impeachment. Os manifestantes, que apoiam Castillo, além de exigirem a renúncia de Dina Boluarte, pedem a convocação de eleições antecipadas.

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