Pesquisador de Oxford aponta produtos mais sustentáveis, que geram menor emissão de poluentes
Para aqueles que estão muito preocupados com as mudanças climáticas, a escolha dos alimentos que vão à mesa é um passo decisivo. Quem estiver disposto a dar uma contribuição à saúde do planeta, pode começar a elaborar um cardápio à base de castanhas, ervilhas, trigo, centeio e queijo tofu. E, para estimular um pouco mais o apetite, pode acrescentar: batatas, ovos, frango, peixes e carne vegetal.
Esses são os alimentos que, ao serem produzidos, geram os menores índices de gases de efeito estufa, de acordo com estudo realizado pelo professor Joseph Poore, pesquisador da Universidade de Oxford, autor do mais amplo estudo sobe o tema já realizado até agora. Em seu trabalho, Poore contou com a colaboração de Thomas Nemecek, pesquisador da área de alimentos do Instituto Agroscope, da Suiça.
No outro extremo, ou seja, aqueles que produzem mais CO2 e Metano, pela ordem, são: carne de vaca; carneiro; camarões de cativeiro; laticínios, incluindo os queijos; carne de porco e arroz.
Vacas, ovelhas, cabras são ruminantes, animais que têm mais de uma câmara no estômago e expelem metano ao digerirem os alimentos. Embora tenha um tempo de vida muito rápido na atmosfera, o metano tem forte influência como gás de efeito estufa, aquele que se acumula na atmosfera, impedindo a volta dos raios solares que chegam à Terra. O metano é 84 vezes mais poluente do que o dióxido de carbono.
Calcula-se que a produção de alimentos responde por 35% do lançamento de gases de efeito estufa, no que se refere à ação humana. Desse total, os produtos de origem animal representam 20%.
O problema que se coloca é que os produtos como carne, laticínios, ovos e outros de origem animal, constituem a principal fonte de proteínas na alimentação humana. A questão é mais complexa do que parece à primeira vista: as emissões de poluentes não se limitam aos animais ruminantes, que emitem metano. Existe toda uma cadeia de produção por trás das fazendas, que incluem o transporte de animais, rações e subprodutos. Tudo isso significa a queima de combustíveis fósseis no transporte, muitas vezes por centenas ou milhares de quilômetros.