Conferência da ONU no Canadá é tida como a última chance para evitar um desastre ecológico de alcance global
Trata-se de defender a teia de vida da qual a humanidade depende para ter alimentos, água, saúde e um equilíbrio climático. Esta é a proposta que os organizadores da Conferência da ONU para a Biodiversidade, que vai reunir representantes de cerca de 200 países, de 7 a 19 de Dezembro, em Montreal, no Canadá. Dezenas de organizações de defesa do meio ambiente, sem fins lucrativos, também estarão participarão do encontro.
O objetivo do encontro vai além de salvar espécies ameaçadas de extinção, alertam os especialistas. “A proteção do meio ambiente é o caminho para se garantir suprimentos de água potável e alimentos em escala global”, dizem os organizadores. A biodiversidade se refere a todas as espécies vivas, da fauna e flora, existentes no planeta e como elas tecem o equilíbrio desta cadeia de vida. E o acordo que se espera alcançar na conferência é visto como um espelho daquele estabelecido na Conferência do Clima de Paris, quando dezenas de países se comprometeram a adotar metas para conter o aquecimento global.
“A biodiversidade é muito mais do que algo bonito para se ver”, alerta o professor Andy Purvis, pesquisador do Museu de História Natural de Londres. “Tudo isso está relacionado com a própria existência da sociedade, porque faz parte da nossa própria cadeia alimentar”, explica Purvis.
A Conferência de Montreal ocorre na sequência da COP-27, no Egito, que falhou em estabelecer metas mais urgentes para redução nas emissões de poluentes. Também não houve acordo sobre o valor do fundo a ser distribuído entre as nações em desenvolvimento, para compensar as perdas e danos provocados pelas mudanças climáticas, que geram tempestades e inundações, entre outros efeitos.