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Com os portos e aeroportos da Europa e de paraísos fiscais se fechando para eles, os bilionários russos estão ficando sem opções para esconder seus iates e jatinhos. Ameaçados de perder seus brinquedos avaliados em milhões ou bilhões de dólares, os oligarcas ligados ao regime de Vladimir Putin, temem as sanções impostas pelos países ocidentais como represália pela invasão da Ucrânia.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça criou uma força-tarefa para localizar não apenas jatinhos e iates, mas também para impedir a circulação de dinheiro de origem suspeita por bancos norte-americanos.

A equipe, que até agora apreendeu “várias centenas de milhões de dólares” em ativos, continuará a fazer “apreensões em todo o mundo, em bolsões onde as pessoas poderiam pensar que estão a salvo da prisão”, disse Andrew Adams, o promotor integrante da força-tarefa do Departamento de Justiça.

Desde o início da guerra da Ucrânia algumas sanções ocidentais tem sido impostas aos russos. Os Estados Unidos, Reino Unido e França, por exemplo, elaboraram inúmeras restrições para o trafego de aviões e navios de propriedade dos russos. Porém os bilionários sempre encontraram uma maneira de burlar as sanções.

Madame Gu, atribuído a Andrei Skoch, avaliado em 800 milhões de reais (Foto: divulgação)

Um grupo de russos encontrou refugio nas Maldivas, nação insular, localizada no Oceano Índico, que não tem tratado de extradição com a maioria dos países.  O arquipélago acabou se transformando num oásis para os bilionários amigos de Putin. Entretanto, os esconderijos tem ficado cada vez menores, já que os oligarcas possuem uma frota considerável.

O Departamento de Justiça americano tem caçado com frequência o patrimônio dos russos. Em um discurso contundente no Capitólio o presidente, Joe Biden, afirmou: “Estamos nos juntando com aliados europeus para apreender os iates, jatinhos e apartamentos de luxo dos oligarcas russos”.

O jatinho de Rustem Teregulov, dono do banco Razvitie Stolitsa (Foto: divulgação)

Os EUA criaram a força-tarefa em março para monitorar o patrimônio de russos sujeitos a sanções e emitiram uma enxurrada de mandados para apreender super iates na Espanha e Fiji e jatos particulares terrestres em Dubai. Outros russos procuraram evitar as penalidades navegando para jurisdições que não estão aplicando sanções ocidentais.

“Essas coisas são móveis”, disse Andrew Adams em Paris. “Queríamos tomar medidas rápidas no início da força-tarefa para bloquear os ativos onde tínhamos os fatos e a lei nos permitiria levar um mandado a um juiz e obter uma apreensão”, acrescentou. O grupo investigou denúncias contra vários magnatas russos, incluindo o bilionário Oleg Deripaska – acusado pelos EUA de violar sanções em uma tentativa de garantir que dois de seus filhos obtivessem a cidadania americana.

La Datcha, do banqueiro russo Oleg Tinkov. Avaliado em 600 milhões de reais (Foto: divulgação)

No mês passado, cinco cidadãos russos foram acusados de um suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro que envolvia o envio de “tecnologias militares sensíveis” dos EUA para a Rússia. Componentes semelhantes foram encontrados em plataformas de armas russas apreendidas na Ucrânia.

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