Após vários adiamentos, nave do projeto Artemis foi lançada para testes que pretendem viabilizar voo tripulado também para Marte
CABO CANAVERAL, Flórida – A NASA deu um passo significativo para o retorno do homem à superfície lunar nesta quarta-feira, lançando seu enorme foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) e elevando a primeira espaçonave projetada para levar humanos à lua desde a era Apollo.
Após decolar do Centro Espacial Kennedy às na madrugada, o foguete rasgou o céu acima da Costa Espacial da Flórida, enquanto muitos espectadores aplaudiam uma missão ambiciosa, que a agência espera que se torne um novo capítulo na história da exploração humana.
Lançamento do foguete SLS, na madrugada, em Cabo Canaveral (Foto: divulgação Nasa)“É um ótimo dia”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson, após o lançamento.O voo marcou o primeiro lançamento do foguete SLS, um gigante de 100 metros de altura, desenvolvido ao longo de uma década, e impulsionou uma cápsula, conhecida como Orion, através da atmosfera em direção à lua como parte de seu programa Artemis.
Como a missão é um voo de teste — um ensaio para missões futuras — nenhum astronauta estava a bordo e a espaçonave não pousará na Lua. A Orion deve permanecer na órbita lunar em um voo que deve durar até 25 dias e meio e demonstrar, espera a NASA, que o foguete e a espaçonave são capazes de voar com segurança.
Embora um pouso lunar ainda possa demorar anos, o lançamento bem-sucedido do Artemis I marcou um marco significativo para a agência espacial. A NASA não envia um astronauta para além da órbita baixa da Terra desde a última das missões Apollo, em 1972, quando o astronauta Eugene Cernan bradou um “voltaremos” em breve discurso antes de subir de volta ao módulo lunar para a viagem de volta à Terra.
Nos 50 anos seguintes, desde então, as tentativas da NASA de cumprir essa promessa não tiveram sucesso, e suas missões de voos espaciais tripulados foram confinadas à vizinhança fora da atmosfera da Terra, onde a Estação Espacial Internacional voa, a apenas 240 milhas acima.
O voo ocorre quando a China também está procurando pousar tripulações na lua e está construindo sua própria estação espacial na órbita da Terra. Tanto a China quanto os Estados Unidos estão mirando no polo sul da lua, onde há água na forma de gelo nas crateras permanentemente sombreadas.
A NASA lutou durante anos para tirar seu foguete SLS do solo e, durante a contagem regressiva para o lançamento de quarta-feira, houve preocupação com outro revés. Os técnicos da Nasa detectaram outro vazamento de hidrogênio líquido, o mesmo tipo de problema que atrapalhou duas tentativas anteriores de lançamento.
Mas uma dupla de engenheiros e um oficial de segurança correram para a plataforma de lançamento, apertaram alguns parafusos, contiveram o vazamento com sucesso, permitindo que a contagem regressiva continuasse.