GUERRA
População de Kiev se prepara para deixar capital ucraniana

População de Kiev se prepara para fugir do congelamento

Prefeito da capital ucraniana pede para moradores deixarem a cidade em caso de corte de energia durante o rigoroso inverno

Por: Mario Augusto
Da redação | 7 de novembro de 2022 - 11:56
População de Kiev se prepara para deixar capital ucraniana

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, alertou que a população deve estar preparada para evacuar a capital ucraniana, caso haja uma perda total de energia elétrica em função dos ataques russos contra a infraestrutura civil do país.

Nos últimos dias, milhões de ucranianos foram atingidos pela falta de energia elétrica e de água por causa dos ataques aéreos russos que atingiram infraestruturas vitais à população civil. Cerca de 40% do sistema de energia da Ucrânia foram danificados ou destruídos pelos ataques russos a usinas e linhas de transmissão.
O temor de Klitschko é confirmado pelo presidente Volodymyr Zelensky que alertou: “A Rússia pode estar concentrando forças e meios para uma possível repetição de ataques em massa à nossa infraestrutura, energia em primeira instância, com objetivo de atingir civis”, declarou Zelensky.
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Crime de guerra

A Convenção de Genebra define padrões humanitários para tratamento na guerra e proíbe veementemente ataques contra alvos e infraestruturas civis. A Convenção diz que lançar ataques propositalmente contra esses alvos é considerado crime de guerra.

População de Kiev se prepara para deixar a capital ucraniana

Prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko: “Ataques russos são terrorismo e genocídio”. (Foto: Wikimedia)

Invocando os princípios da Convenção de Genebra, o prefeito Klitschko classificou os ataques russos à infraestrutura energética do país como terrorismo e genocídio. “O presidente russo Vladimir Putin não precisa de nós ucranianos. Ele precisa de território, ele precisa da Ucrânia sem nós”, disse o prefeito, que é ex-boxeador peso-pesado.

“É por isso que tudo o que está acontecendo agora é genocídio. Sua tarefa é que morramos, congelemos ou nos faça fugir de nossa terra para que ele possa conquistá-la”, alertou Klitschko.

Medo de blackout total

A preocupação com um possível blackout total em Kiev cresce na medida em que um apagão afetaria também o abastecimento de água e o sistema de esgoto, que deixariam de funcionar.

O inverno em Kiev é bastante rigoroso. A temperatura média fica abaixo de zero e cai ainda mais a noite. A estratégia do Kremlin parece ser exatamente essa. Forçar uma rendição das forças ucranianas no campo de batalha — onde o sucesso russo tem sido limitado – através da exposição da população civil ao frio.
Kiev tem três milhões de habitantes. O governo está recomendando que quem puder deixe suas casas e se dirija para a casa de amigos ou parentes nos subúrbios, que ainda têm água e energia.
A administração de Kiev está instalando pelo menos 1.000 abrigos de aquecimento em toda a cidade, onde as pessoas poderão se aquecer em caso de emergência.
Não há motivo para pânico

O diretor de segurança de Kiev, Roman Tkachuk, enfatizou em uma rede social que as autoridades estão fazendo planos, mas que “não há motivos para falar sobre a evacuação imediata”.

A população já está ciente do que pode acontecer. Kiev pode ficar sem gás, água, sem esgoto, completamente às escuras e com dificuldades de abastecimento.

Mesmo assim há quem diga que vai permanecer e resistir em Kiev. “Nossos defensores dormem no chão, então conseguiremos ficar em nosso apartamento mesmo sem aquecimento”, disse uma moradora de 36 anos.

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