Jovens da faixa entre 22 e 35 anos se mobilizam mais do que gerações anteriores pelas lutas ambientais e sociais
Quem nunca ouviu falar sobre as ativistas Greta Thunberg e Malala Yousafzai. A primeira, destaque por lutar pelo meio ambiente e, a segunda, pelo direito das mulheres de estudarem no Afeganistão. Elas são apenas caras muito conhecidas de uma geração de jovens militantes, que estão em ascensão no mundo.
Segundo dados levantados pela Edelman, empresa de relações públicas e pesquisa, cerca de 70% da geração Z (jovens hoje entre 22 e 26 anos) está envolvida com alguma causa social ou política.
Os jovens, segundo a pesquisa, são os mais propensos a boicotarem por questões ideológicas ou humanitárias, seja um produto, empresa e políticos para defenderem seus ideais. Apenas um em cada cinco trabalharia para uma empresa que não compartilha seus valores.
Arthur Gabor, 26 anos, jornalista, está dentro dessa parcela. Ele deixou de consumir na rede de restaurantes Madero e Jerônimo devido às falas do empresário, e dono, Junior Durski, durante a pandemia.
Durski foi contra o isolamento social e minimizou as mortes pelo novo coronavírus no Brasil. Por isso, o jovem optou por não consumir mais na rede. “Tem vezes que meus pais falam ‘Ah, vamos comer hambúrguer? ’, e eu respondo ‘Ok, menos no Madero”, afirma. Ele explica que mantém essa posição, pois é a maneira que ele vê de ser contra ao comportamento do empresário, e de não contribuir com os lucros dele.
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Os millenials (nascidos na década entre 1986 e 1995) e geração Z, posterior, nasceram e vivenciaram o desenvolvimento da internet com mais intensidade já na infância. Dificilmente, nos dias atuais, encontra-se um adolescente, e até criança, que não saiba mexer no celular, tablet ou notebook. As redes sociais fazem parte do dia a dia dessa parcela da população. E eles sabem como fazer algo viralizar.
A globalização corre nas veias dessa geração. E, consequentemente, a conscientização e preocupação com temas como mudanças climáticas, política ou feminismo, foi sendo desenvolvida de forma natural.
A convivência dessas pessoas em tempos conturbados na saúde também influencia no modo como vivem e se manifestam. Podemos citar as epidemias de Zica, Ebola, Sars, gripe suína e covid-19.
Ao mesmo tempo que estão compartilhando e criando memes, os jovens estão empenhados em defender os próprios ideais. Sendo assim, a identidade dessas pessoas não é mais dividida entre profissional e pessoal.
Os jovens defendem as causas sociais dentro e fora das empresas. As redes sociais estão aí para mostrar quem são e pelo que lutam, seja por uma religião, direitos humanos, ou vegetarianismo e veganismo.
A partir dessa postura perante a sociedade, eles também influenciam os mais velhos no dia a dia. Segundo a pesquisa, 52% das pessoas de todas as gerações acreditam que adolescentes e pessoas em idade universitária influenciam a forma como criamos mudanças.
“A militância jovem também impacta as gerações mais velhas: 35% das pessoas com mais de 56 anos admitem serem influenciados por esses movimentos, saltando para 50% entre as pessoas de 42 a 55 anos”, diz o levantamento.
Greta Thunberg: Ativista jovem sueca que ficou famosa, mundialmente, em 2011, por defender a tomada de medidas, e protestos, para evitar as mudanças climáticas. Atualmente, com 19 anos.
Malala Yousafzai: Paquistanesa também conhecida internacionalmente por defender o direito das mulheres de estudarem no Vale de Swat, região dominada pelo Talibã. Inclusive, ela já foi alvo de atentado do grupo, em 2012, pelo ativismo dela. Atualmente, com 25 anos.