Comissão de valores mobiliários dos EUA considerou que a divulgação infringiu regras do mercado financeiro dos EUA
Uma das principais influenciadoras digitais do mundo, a empresária norte-americana Kim Kardashian, terá que pagar US$ 1,26 milhão para resolver as alegações da Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários do país. Ela infringiu as regras de transparência do mercado financeiro dos EUA ao divulgar um “token criptográfico” — espécie de moeda digital –, em 2021, sem revelar que havia sido paga pela promoção.
A comissão disse, nesta segunda-feira (03/10), que Kardashian recebeu US$ 250.000 para postar em sua conta do Instagram sobre os tokens Emax, um ativo criptográfico oferecido pela EthereumMax. Ela, no entanto, não admitiu ou negou as alegações do regulador. Ela concordou em não divulgar nenhum ativo digital por três anos.
Riscos da propaganda feita por famosos
“Este caso é um lembrete de que, quando celebridades ou influenciadores endossam oportunidades de investimento, incluindo títulos de criptoativos, isso não significa que esses produtos de investimento sejam adequados para todos os investidores”, disse o presidente da SEC, Gary Gensler, em comunicado. “Encorajamos os investidores a considerar os riscos e oportunidades potenciais de um investimento à luz de seus próprios objetivos financeiros.”
Kardashian incluiu “#AD” na parte inferior do post, de acordo com a SEC. Apesar disso, os investidores não foram informados de que ela foi paga pelo anúncio. Um advogado da celebridade não respondeu a um pedido de comentário.
O principal regulador de Wall Street, em Nova York, afirma há muito tempo que tokens virtuais são títulos e estão sob sua jurisdição. Para determinar se algo é um título, a SEC aplica um teste legal, que vem de uma decisão da Suprema Corte de 1946. Sob essa estrutura, um ativo pode estar sob a alçada da comissão quando envolve investidores que investem dinheiro com a intenção de lucrar com os esforços da liderança da organização.