Imagem das torres de resfriamento da usina nuclear de Zaporizhia, no sul da Ucrânia (Foto: Freepik)

A Rússia alertou nesta quinta-feira (18/08) que é real o risco de um desastre nuclear na usina de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia. A área onde fica a usina está sob ocupação russa desde o início da guerra em 24 de fevereiro e tem sido alvo de seguidos bombardeios nas últimas semanas. Rússia e Ucrânia trocam acusações quanto à responsabilidade pelos ataques à usina nuclear.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, anunciou medidas para garantir a segurança no complexo e negou que tenha implantado armas pesadas dentro e ao redor da usina nuclear. Há suspeitas de que os sistemas de apoio da usina nuclear foram danificados com os sucessivos ataques militares.

A autoridade russa alertou que, caso haja um acidente nuclear na usina, o material radioativo atingiria os territórios de países vizinhos como Alemanha, Polônia e Eslováquia.

Lembrança de Chernobyl

Essa instabilidade causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia acentua o temor de uma nova tragédia nuclear nos moldes do que aconteceu em Chernobyl, no norte da Ucrânia, em 26 de abril de 1986, quando o país fazia parte da União Soviética.

Um dos reatores da usina explodiu liberando 200 toneladas de material radioativo na atmosfera. Foi o maior desastre nuclear da história. Mais de 8 milhões de pessoas foram afetadas pela radiação de Chernobyl. Áreas agrícolas em um raio de 52 mil km receberam altas concentrações de Césio-137 e Estrôncio-90.

Logo após o desastre, 31 pessoas morreram em decorrência do vazamento radioativo. Mas, em 2005, a Organização das Nações Unidas (ONU) calculou que pelo menos 4 mil pessoas morreram nos anos seguintes em vários países por doenças, como câncer, associadas à nuvem de radiação.