COMPORTAMENTO

Número de usuários de aplicativos de relacionamento dobra nos EUA

Usuários, de diversas faixas etárias, declararam ter experiências boas, mistas e ruins com as plataformas

Por: Júlia Castello
Da redação | 5 de fevereiro de 2023 - 20:56

Estudo publicado pelo “Pew Research Center” mostrou que 3 em cada 10 adultos nos Estados Unidos dizem que usam ou já usaram sites ou aplicativos de relacionamento. Entre os jovens esta porcentagem é ainda maior. Mais da metade dos jovens com menos de 30 anos (53%) utilizam ou já utilizaram as plataformas no país, seja para buscar apenas um encontro casual ou um relacionamento sério. Na faixa etária entre 30 e 49 anos, o número de usuários passa de 40%.

O crescimento do uso das plataformas acontece também de forma geral. No ano de 2015, apenas 15% dos adultos norte-americanos afirmaram usar estas plataformas. Atualmente, o número de usuários, nos Estados Unidos, mais do que dobrou. Hoje, além dos jovens, os aplicativos tem sido usados por pessoas de diferentes faixas etárias. De acordo com o estudo, 37% das pessoas têm entre 30 a 49 anos, 20% possui 50 a 64 anos e 13% das pessoas têm 65 anos ou mais. O número estimado de pessoas que utilizam aplicativos de namoro passa de 44 milhões, apenas nos EUA.

Principais motivos

A pesquisa também conseguiu identificar os principais motivos pelos quais as pessoas têm usado os aplicativos ou site. 44% dos usuários atuais tinham em mente encontrar um parceiro de longo prazo, 40% afirmaram que buscavam apenas namoros casuais. Além disso, 24% estavam buscando sexo casual e 22% novos amigos.

Apesar do alerta de que os contatos online tendem a estimular relações superficiais, algumas pessoas que buscam relacionamento sério acabam tendo sucesso por meio das plataformas. O estudo mostrou que 1 em cada 10 adultos que têm um parceiro disseram que conheceram seu namorado ou namorada atual em um site ou aplicativo de namoro. O número sobe para 1 em 5 para aqueles com menos de 30 anos.

Este é o caso do paulistano Fernando Farah, de 21 anos. Ele criou sua conta no aplicativo “Tinder” aos 15 anos, quando o aplicativo se tornou famoso no Brasil. Mas só aos 19 anos que realmente começou a usar a plataforma, durante o período da pandemia de Covid-19. Depois de conhecer algumas pessoas, acabou se interessando por Gabriela Almeida, que é hoje sua atual namorada. Eles já estão há dois anos juntos.

Fernando afirma que, além de ter conhecido sua namorada pela plataforma, ele teve em sua maioria boas experiências. Conheceu pessoas interessantes com quem fez amizade. Ele acredita que, se não fosse o Tinder, não teria tido oportunidade de conhecer Gabriela. “Eu, definitivamente, não teria conhecido ela sem o app, ela estava vindo de outro estado para minha cidade, estudar e morar longe da minha casa. Não vejo nenhum lugar onde a gente poderia ter se encontrado”, conta.

Homens são mais propensos a relatar experiências positivas. (Foto: Pexels)

Nível de satisfação

Assim, como Fernando, a pesquisa mostrou que os homens são mais propensos do que as mulheres a relatar experiências positivas nos aplicativos e site de relacionamento, 57% contra 48%. As mulheres com menos de 50 anos foram as que mais relataram experiências ruins com as plataformas. Delas, 38% afirmaram que receberam mensagens ou imagens sexuais não solicitadas, 24% foram chamadas de nomes ofensivos e 6% foram fisicamente ameaçadas.

Em relação aos relacionamentos homossexuais, os usuários LGBTqi+ também relataram ter melhores experiências (61%) do que usuários heterossexuais. Há também uma diferença em relação a etnia. Adultos brancos e negros norte-americanos afirmaram ter mais experiências negativas, do que usuários hispânicos.

Apesar de alguns graves problemas relatados, surpreendente a maior parte (53%) das 6 mil pessoas entrevistadas para a pesquisa relataram que suas experiências foram mistas, boas e ruins. 14% afirmaram que suas experiências foram muito positivas.

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