MEIO AMBIENTE

Sob ameaça de racionamento de energia, França se volta para o “demônio do carvão”

Governo alerta os franceses sobre possíveis cortes no fornecimento durante o inverno e reabre usina de carvão

Por: Carlos Taquari
Da redação | 1 de dezembro de 2022 - 21:55

O fim da era do carvão como combustível para usinas termoelétricas havia sido anunciado pela França no ano passado, mas durou menos de um ano. Nesta quinta-feira, o governo francês confirmou a reabertura da usina de Saint-Avold, situada no Departamento de Mosele, região Nordeste do país. “Sabemos do impacto negativo de uma usina de carvão, mas consideramos isso como um demônio necessário”, disse Thomas About, supervisor da Usina Huchet Saint-Avold.

A usina havia sido declarada fechada no ano passado, como parte da política do governo de reduzir o uso de combustíveis fósseis, que emitem grandes quantidades de dióxido de carbono, responsáveis pelo chamado efeito estufa.

A reabertura da usina de Saint-Avold coincidiu com o anúncio feito pela direção do órgão regulador do fornecimento de energia no país, o RTE, de que poderão ocorrer cortes no fornecimento no próximo inverno, que começa no dia 22, no hemisfério Norte. “A situação envolve riscos e não podemos descartar eventuais cortes”, disse Saviver Piechaczyk.

A França depende das usinas nucleares para atender a mais de 70% do consumo da energia no país. Mas dos 62 reatores, alguns com mais de 30 anos de uso, cerca de metade estão sempre em revisões obrigatórias de segurança.

Em mais de uma ocasião, o governo pediu aos franceses que reduzam o consumo de energia, principalmente nas horas de pico, pela manhã e no final do dia. A exemplo dos demais países da Europa Ocidental, a França enfrenta a redução nos estoques de gás, diante do corte no fornecimento pela Rússia, além do aumento nos preços do petróleo.

Macron protesta e Biden concorda

Em visita aos Estados Unidos, o presidente Emmanuel Macron protestou contra a política de subsídios do governo norte-americano às montadoras de carros elétricos e também aos consumidores.

Segundo Macron, essa política cria uma situação de desigualdade que prejudica as montadoras da Europa. O presidente Joe Biden admitiu que esta política, que faz parte dos planos do governo dos EUA para reduzir as emissões de poluentes, tem algumas falhas. Biden prometeu fazer correções.

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