CIÊNCIA
Pessoas ricas vivem 4 anos a mais do que os pobres

Pessoas ricas vivem até 4 anos a mais do que pobres, indica pesquisa

Estudo da Universidade de Granada avaliou as causas-morte de mais de 35 mil pessoas em toda a Espanha

Por: Mario Augusto
Da redação | 21 de outubro de 2022 - 14:22
Pessoas ricas vivem 4 anos a mais do que os pobres

Há quem diga que dinheiro não compra felicidade, mas a ciência indica que os mais ricos vivem em média 4 anos a mais do que as pessoas mais pobres. Pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, estudaram o tema e encontraram uma resposta que confirma o senso comum: a riqueza pode promover uma vida mais longa para os abastados; e a pobreza rouba anos de vida dos menos favorecidos.

Quem mora e se alimenta bem, tem acesso à saúde e prevenção de doenças, desfruta de lazer, cultura e está menos exposto à violência, é privilegiado e apresenta uma vantagem considerável em relação aos que não podem fazer nada disso.

O estudo foi organizado por cientistas de diversos grupos da área de epidemiologia e saúde pública, que desenvolveram as primeiras “tabelas de vida” na Espanha, baseadas em níveis socioeconômicos.

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Os cientistas analisaram a relação entre níveis socioeconômicos e expectativa de vida e descobriram que mulheres e homens que vivem nas áreas mais pobres da Espanha tendem a viver entre 3,2 e 3,8 anos a menos, respectivamente, do que as pessoas mais endinheiradas que vivem em áreas nobres.

Pessoas ricas vivem 4 anos a mais do que os pobres

Ser rico garante garante maior expectativa de vida. (Foto: Pexels)

Os autores do estudo avaliaram as causas de mortes de 35.960 pessoas em diversas grupos censitários na Espanha entre 2011 e 2013.

Tabelas de vida

Os cientistas destacam a importância do desenvolvimento de tabelas de vida enquanto instrumentos de verificação da longevidade da população.

“Compreender a associação entre expectativa de vida e status socioeconômico pode ajudar no desenvolvimento de programas de saúde pública adequados. Além disso, as tabelas de vida que produzimos são necessárias para estimar as medidas de sobrevivência específicas do câncer por nível socioeconômico”, afirma Daniel Redondo, pesquisador do Instituto de Pesquisas Biossanitárias de Granada e da Escola Andaluza de Saúde Pública.

Uma das principais aplicações das tabelas de vida baseadas em níveis socioeconômicos é que elas ajudam a estudar as taxas de sobrevivência em câncer e outras doenças crônicas, introduzindo a perspectiva da desigualdade na saúde.

“Nossas tábuas de vida são essenciais para calcular a expectativa de vida e estimar a sobrevida ao câncer, pois as desigualdades nesta doença persistem e têm um impacto financeiro nos custos da saúde”, explica María José Sánchez, pesquisador da Escola Andaluza de Saúde Pública.

Pessoas ricas vivem 4 anos a mais do que os pobres

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