ECONOMIA

Os fatores que provocam a queda na economia da China

A segunda maior economia do mundo entra em ritmo lento e aumenta o risco de uma recessão global

Por: Lucas Saba
Da redação | 5 de outubro de 2022 - 21:55

Segunda maior economia do mundo, a China vem sofrendo quedas consecutivas de crescimento econômico. De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas o país cresceu somente 0,4% no segundo trimestre desse ano. Economistas acreditavam em um crescimento de no mínimo 1% nesse período.

Foi o ritmo mais lento de crescimento desde o início da pandemia do Coronavírus. Para especialistas em economia chinesa, os resultados negativos se devem a alguns fatores, um deles o impacto da rigorosa política sanitária do país provocando bloqueios generalizados e quarentenas em massa, interrompendo dezenas de atividades comerciais.

Os números do terceiro trimestre serão divulgadas nas próximas semanas. Se a segunda maior economia do mundo se contrair, isso aumenta os riscos de uma recessão global. A China começou o ano com uma expectativa de crescimento superior a 5%, hoje os institutos de analise já reduziram a previsão para 2,8%.

A moeda chinesa, yuan, está em seu pior desempenho desde 1994 e a cada semana piora em relação ao dólar americano. As tensões comerciais entre a China e as principais economias do Ocidente, como os EUA, também estão prejudicando o crescimento.

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Política do covid zero derruba a economia na China. Crédito: AP.

Outro motivo que explica a queda na atividade econômica chinesa, além da política “zero covid” e todas as suas consequências, é a crise imobiliária vivida pelo país. A fraca atividade no setor de imóveis e o sentimento pessimista no setor, sem dúvida contribui para a desaceleração do crescimento.

Compradores têm se recusado a realizar pagamentos de hipotecas em prédios inacabados, já que muitos duvidam da finalização da obra. Apesar dos esforços de Pequim para sustentar o mercado imobiliário, os preços das residências em muitas cidades caíram mais de 20% em 2022.

Gigantes da tecnologia

Economistas chineses apontam mais dois motivos causadores da piora econômica. Os gigantes da tecnologia sofreram uma forte repressão regulatória. Tencent e Alibaba, empresas tradicionais no ramo relataram um déficit grande na receita este ano. O lucro de ambas caiu pela metade, aponta relatório.

O segundo motivo são as mudanças climáticas, temperaturas extremas estão prejudicando estão contribuindo para a queda dos lucros. A demanda por ar condicionado aumentou, sobrecarregando a rede elétrica em uma região que depende quase inteiramente de energia hidrelétrica. No setor industrial, muitas empresas foram forçadas a cortar horas ou fechar completamente, mandando centenas de funcionários embora.

Para tentar frear essa equação desfavorável, Pequim planeja uma série de medidas – até porque o presidente Xi Jinping deve tentar garantir um terceiro mandato sem precedentes no Congresso do Partido Comunista (PCC), que começa em 16 de outubro.

Em Agosto o presidente anunciou um pacote do governo para injetar 1 trilhão de yuans (US$ 203 bilhões) para impulsionar pequenas empresas, infraestrutura e imóveis. Isso inclui investimentos, melhoria nas condições de empréstimo para compradores de imóveis e ajuda aos governos locais, além de isenções fiscais para famílias.

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