Com representantes da oposição presos ou exilados, sandinistas vencem eleições locais
A eleição para os conselhos de 153 municipalidades da Nicarágua, realizada sem a participação de representantes da oposição, terminou com a vitória total da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do presidente Daniel Ortega.
A Frente já controlava 141 localidades, onde seus representantes foram reeleitos. Doze cidades estavam sob controle de outros partidos, considerados colaboracionistas pela oposição no exílio. Mas, agora, a FSLN tem o controle total, consolidando sua condição de partido único.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos divulgou nota afirmando que as eleições na Nicarágua foram realizadas “sem as mínimas condições” para um pleito justo e democrático. A nota pede ao governo de Daniel Ortega que “restabeleça a democracia no país e suspenda a repressão”.
Nos últimos meses, todos os representantes de partidos da oposição foram presos ou partiram para o exílio. O regime sandinista também prendeu dezenas de religiosos, dirigentes de organizações não-governamentais e jornalistas. Jornais, emissoras de rádio e televisão que não sejam porta-vozes do governo foram fechados.
A primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, disse que a eleição confirmou que “esse é o único caminho para o país”. Segundo ela, a eleição representou “um dia maravilhoso e exemplar para a Nicarágua”.