CULTURA

Nova temporada de “Emily em Paris” é criticada pelo excesso de merchandising

Para o Le Monde, os episódios transformaram Paris num parque temático para turistas americanos

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 23 de dezembro de 2022 - 21:55

A terceira temporada da série “Emily em Paris” está fazendo bastante sucesso, mas desta vez acompanhado de críticas à Netflix e para a marca que pagou milhares de dólares para aparecer nos primeiros episódios. A produção cinematográfica, com a atriz Lily Collins no papel da ambiciosa executiva de marketing Emily Cooper, está sendo muito criticada depois de mostrar um McDonald’s francês muito limpo, elegante e até mesmo apreciado por um chef estrelado.

Nova temporada de "Emily em Paris" é criticada pelo excesso de merchandising

A nova temporada de “Emily em Paris” está fazendo bastante sucesso, mas vem recebendo muitas críticas pelo excesso de marcas. Foto: Netflix/Divulgação

Jornalistas especializados em cinema de diversos veículos de comunicação e fãs de “Emily” nas mídias sociais ficaram bem incomodados e disseram que devido ao retrato maravilhoso da rede de comida rápida e a menção exagerada da marca, o primeiro episódio parece um anúncio da lanchonete de hambúrgueres.

O crítico de filmes e séries do jornal francês Le Monde, Thomas Sotinel, concordou que a abertura da terceira temporada foi “em parte dedicada à promoção” da marca americana. O jornalista ainda comentou que “os episódios transformaram Paris num parque temático para turistas americanos” e passam a  “crença de que todas as banalidades adquirem um charme louco se forem faladas em francês com sotaque de Chicago”.

Apesar das opiniões negativas sobre o excesso das ações de merchandising ou conteúdo de marca (branded content) na arte, no entretenimento, vai ser muito difícil isso mudar. Les Echos,um diário financeiro francês, disse que a série “Emily em Paris” se tornou “o destino número um para os anunciantes”, especialmente no setor de moda francês. As pesquisas na internet pela marca francesa de alta costura Chanel aumentaram 30% depois que ela apareceu nos episódios, enquanto as vendas da bolsa Scoubidou de Carel triplicaram quando a personagem foi vista usando uma na segunda temporada. “É uma verdadeira vitrine para a moda, e as marcas querem associar seus valores aos da série”, disse Jean-Dominique Bourgeois, presidente da agência de colocação de produtos Place To Be Media.

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