INTERNACIONAL

Macron alerta franceses para tempos difíceis

Presidente afirma que o tempo da abundância passou e agora há uma nova realidade

Por: Carlos Taquari
Da redação | 24 de agosto de 2022 - 21:59

Em discurso perante o Conselho de Ministros, o presidente Emmanuel Macron alertou que os franceses precisam se preparar para tempos difíceis e afirmou que “o tempo da abundância” já passou. Macron descreveu um panorama sombrio da economia francesa e também da perspectiva global. Segundo o presidente francês, a grande turbulência que vive o mundo aponta para um quadro de incertezas, “no qual não se vislumbra uma única faixa de céu azul”.

O contexto internacional, lembrou o presidente, é marcado pela guerra na Ucrânia, o aumento no preço dos combustíveis, a queda na oferta de alimentos, acompanhada pela alta nos preços. Para completar, o mundo ainda não superou a crise sanitária provocada pela epidemia do coronavírus.

Macron alerta franceses

O tempo da abundância acabou. Foto: Arquivo Pessoal.

A defesa da liberdade

Diante desse quadro, ele pediu aos franceses que se preparem para enfrentar novos períodos de restrições e dificuldades. “O fim da abundância está relacionado com a escassez de alimentos e de matérias primas, algo que tendemos a acreditar que estariam sempre disponíveis”. Esses fatores, ele advertiu, afastam as expectativas de uma situação internacional mais favorável, pelo menos no curto prazo. Entre outras mudanças, ele anunciou que as taxas de juros negativas se tornaram “coisa do passado”. E prometeu restaurar a situação das finanças públicas da França, “custe o que custar”.

Em seu discurso, Macron também juntou o tema da economia com a política. Disse que a defesa da liberdade, um dos pilares entre os valores na história da França, “tem um custo”. Nesse ponto, se referiu à guerra na Ucrânia, ao apoio dado pelos países da Europa Ocidental ao governo ucraniano e as sanções econômicas aplicadas à Rússia. Por conta disso, acrescentou, a Rússia resolveu punir o Ocidente, reduzindo o fornecimento de gás e petróleo. Comparando com, seus vizinhos, Alemanha e Itália, a França sofre menos com o corte nos fornecimentos de gás da Rússia, porque o país tem a maior produção de energia nuclear, entre os países europeus ocidentais.

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