TECNOLOGIA
Bezos na reunião do G20: corte de 10 mil (Aaron Favila/AP)

Gigante Amazon planeja cortar 10 mil funcionários nesta semana

Como outras gigantes da tecnologia, empresa de Bezos perde valor e vai cortar, como fizeram Twitter, Facebook e Instragram

Da redação | 15 de novembro de 2022 - 10:11
Bezos na reunião do G20: corte de 10 mil (Aaron Favila/AP)

A gigante da tecnologia da informação, a Amazon, está se preparando para promover demissões em massa já nesta semana, um corte estimado de cerca de 10.000 empregos, aumentando uma onda de cortes de empregos que põe em xeque e indica crise generalizada na indústria de tecnologia.

Os cortes serão concentrados na força de trabalho corporativa — pessoal executivo e de escritório –, de acordo com uma pessoa informada sobre os planos na empresa, que falou sob condição de anonimato com exclusividade para o Washington Post.

A Amazon é a mais recente titã da tecnologia que se move para reduzir agressivamente sua força de trabalho: Facebook, Twitter, Salesforce e outros anunciaram demissões significativas recentemente – uma reviravolta para um setor que assumiu uma imagem de invencibilidade após uma década de crescimento explosivo.

O número exato de demissões não foi definido, disse a fonte, embora provavelmente atinjam suas equipes de dispositivos, varejo e recursos humanos.

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Se a gigante do comércio eletrônico seguir adiante com os planos, relatados pela primeira vez na segunda-feira pelo New York Times, seriam os maiores cortes de empregos de sua história.

Produtos Amazon, entre eles, a Alexa, secretária de inteligência artificial, um dos sucessos mais recentes (Foto: divulgação)

Produtos Amazon, entre eles, a Alexa, secretária de inteligência artificial, um dos sucessos mais recentes (Foto: divulgação)

Procurada, a Amazon se recusou a discutir a informação. Seu fundador e presidente executivo, Jeff Bezos, é dono do The Washington Post.

Setor de tecnologia em xeque

Após anos de crescimento impressionante, o setor de tecnologia — um favorito dos investidores — está em terreno instável. A recente onda de demissões segue meses de sinais de alerta, incluindo startups de tecnologia que têm enfrentado maior dificuldade em levantar capital.

“O relógio marcou meia-noite no hipercrescimento das grandes empresas de tecnologia”, disse Dan Ives, analista financeiro da Wedbush Securities, acrescentando que os cortes significativos de empregos em algumas das maiores empresas do setor de tecnologia significam que “uma recessão está à porta”. Alguns economistas vêm alertando sobre uma possível recessão há meses.

Da expansão ao recuo

A Amazon, em particular, esteve em expansão durante a maior parte de sua história, desde o lançamento de suas assinaturas do canal de vídeos por streaming, a Prime, passando pela computação em nuvem, pioneira, até a compra da cadeia de supermercados de luxo Whole Foods. A empresa, que faturou US$ 469,8 bilhões em vendas no ano passado, informou recentemente que compraria a rede de assistência médica One Medical por US$ 3,9 bilhões.

Mas sob o comando do CEO Andy Jassy, ​​que assumiu o lugar de Bezos no ano passado, a empresa reduziu muitas de suas iniciativas mais recentes – incluindo alguns de seus experimentos em lojas físicas, bem como sua oferta primária de assistência médica, a Amazon Care. A Amazon fechou suas livrarias físicas no início deste ano, bem como uma cadeia de lojas de quatro estrelas.

Os cortes de empregos planejados também representam uma reviravolta notável para a Amazon, que contratou avidamente dezenas de milhares de funcionários em seus armazéns e escritórios corporativos na última década. A empresa tinha mais de 1,5 milhão de funcionários no final de setembro, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

A Amazon tem mais de 330.000 funcionários corporativos e de tecnologia em todo o mundo — o que significa que as 10.000 demissões esperadas representam cerca de 3% da força de trabalho de “colarinho branco” da empresa.

Disparada na Covid

Os negócios da Amazon dispararam durante a pandemia, à medida que as pessoas passavam mais tempo em casa e compravam cada vez mais online. Mas em maio, a empresa reconheceu que havia contratado rápido demais em seus armazéns para acompanhar o surto de pandemia, que estava diminuindo até então. (Demissões amplas em seus armazéns são improváveis ​​porque a empresa normalmente experimenta mais de 100% de rotatividade em um determinado ano, em parte por causa das condições de trabalho extenuantes, dizem os especialistas.)

A alta inflação e os consumidores cada vez mais preocupados com o orçamento fizeram com que a empresa divulgasse uma previsão decepcionante para a próxima temporada de festas — normalmente a época mais forte do ano da Amazon — fazendo com que suas ações despencassem no mês passado. As ações da Amazon caíram mais de 39% desde o início do ano, mas a empresa ainda vale mais de US$ 1 trilhão.

“Estamos vendo sinais de que os orçamentos das pessoas estão apertados, a inflação ainda está alta”, disse o diretor financeiro da Amazon, Brian Olsavsky, durante uma ligação sobre os lucros da empresa no terceiro trimestre. “Estamos nos preparando para o que pode ser um período de crescimento mais lento, como a maioria das empresas”, concluiu ele.

Bezos na reunião do G20: corte de 10 mil (Aaron Favila/AP)

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