Autoridades norte-americanas dizem não haver risco iminente desse tipo de armamento
Os Estados Unidos enviam há vários meses comunicações privadas a Moscou alertando a liderança da Rússia sobre as graves consequências que se seguiriam em caso de uso de uma arma nuclear. A informação foi revelada por autoridades dos Estados Unidos com exclusividade para o “The Washington Post“.
Nesta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, fez pronunciamento à TV com ameaça nuclear velada, ao anunciar uma mobilização parcial destinada a estancar as perdas militares russas no leste da Ucrânia. Ele afirmou ainda que não estava blefando quando prometeu usar todos os meios à disposição da Rússia para defender a integridade territorial do país.
Para defender as terras anexadas, disse Medvedev, a Rússia pode usar não apenas suas forças recém-mobilizadas, mas também “qualquer arma russa, incluindo armas nucleares estratégicas e aquelas que usam novos princípios”, afirmou em tom de ameaça.
No mesmo dia, o vice-chefe da inteligência militar ucraniana, Vadym Skibitskyi, disse à “ITV News” do Reino Unido que é possível que a Rússia use armas nucleares contra a Ucrânia “para interromper nossa atividade ofensiva e destruir nosso estado”.
Autoridades do governo Biden enfatizaram que esta não é a primeira vez que Putin ameaçou usar armas nucleares desde o início da guerra em 24 de fevereiro, e que não há indicação de que a Rússia esteja movendo suas armas nucleares em preparação para um ataque iminente. Ainda assim, as recentes declarações da liderança russa têm preocupado especialistas por serem mais específicas do que comentários anteriores e ocorrem em um momento em que a Rússia está sofrendo perdas na guerra.
Os Estados Unidos têm intensificado os esforços na Assembleia Geral da ONU nesta semana para que a Rússia considere seriamente o que seria o primeiro uso de uma arma nuclear em um conflito desde os bombardeios atômicos do Japão pelos Estados Unidos em 1945. O secretário de Estado, Antony Blinken, falando em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU destacou que a Rússia em janeiro se juntou a outros membros permanentes do Conselho de Segurança na assinatura de uma declaração conjunta declarando que “a guerra nuclear nunca pode ser vencida e nunca deve ser travada”.